Mundo da Informação

quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Novo fenómeno social: a inclusão que exclui tudo o que tem identidade. A verdade, porém, é outra: não é inclusão... é medo. O Natal a desaparecer...

 

O Natal que não deixaram entrar.

Há coisas que não precisam de grandes explicações para se sentir que estão erradas. Basta olhar. Este ano, bastou ver as fotografias das crianças de uma escola, no Pinhal Novo: as fotos natalícias... sem Natal nenhum.

Nem uma árvore.
Nem uma luz.
Nem um laço vermelho.
Nada.

As crianças sentadas num cenário neutro, quase clínico, com um globo, um lápis e uma ausência tão gritante que até parece que alguém teve medo de deixar o espírito natalício entrar pela objetiva.
E é aqui que a história ganha o seu absurdo: não foi por esquecimento. Foi por intenção. A escola decidiu abolir imagens natalícias para ser “inclusiva”.

Chamo a isto o novo fenómeno social: a inclusão que exclui tudo o que tem identidade.

Porque alguém, algures, decidiu que uma criança que não celebra Natal será traumatizada por ver uma bola dourada ao lado. Ou que a neutralidade emocional é mais segura do que ensinar respeito pela diversidade. Ou que apagar símbolos é mais fácil do que educar para conviver com eles.

A verdade, porém, é outra: não é inclusão... é medo. Medo de que alguém reclame. Medo de fazer diferente do politicamente higienizado. Medo de assumir que a cultura também educa.

E quando o medo educa… a educação perde.

O problema não está na decisão de querer acolher todas as crenças. O problema está no método: retirar tudo para não ferir ninguém. É infantil. É redutor. É emocionalmente pobre.
Porque não se protege uma criança escondendo o mundo. Protege-se mostrando-o e ensinando-a a navegar nele.

A maior ironia?
Se um dia abolirem os ovos da Páscoa, as estrelas de Natal, os santos populares, os cravos de Abril, a sardinha de junho, o presépio na janela e a árvore na sala… não será por respeito à diversidade. Será porque confundimos “não ofender” com “não existir”.

E isto diz muito sobre o estado emocional do país: estamos tão ocupados a evitar conflito que já nem percebemos quando estamos a amputar a nossa própria memória coletiva.
O Natal não é religioso para muitas famílias. É cultura. É tradição. É pertença. É história. É emoção. É infância.

E quando uma escola decide que uma fotografia sem Natal é mais “segura” do que lidar com a pluralidade, o que está realmente a ensinar é que ter identidade é perigoso.
Estamos a criar gerações educadas para o vazio simbólico, para a neutralidade constante, para o “não faças ondas”, para o “não vás por aí porque alguém pode ficar desconfortável”.

Mas sabes qual é o verdadeiro desconforto?
Olhar para uma fotografia de Natal e não reconhecer o Natal.
Olhar para uma festa escolar e não encontrar a tradição.
Olhar para uma decisão e ver medo, em vez de coragem educativa.

O que aconteceu no Pinhal Novo não é apenas uma escolha logística. É um reflexo emocional. Um sintoma de uma sociedade que já não sabe defender o que é seu, nem integrar o que é dos outros, sem apagar tudo à volta.
E quando começamos a apagar símbolos… começamos a apagar-nos.
No fim, não se trata de uma árvore ou de um cenário fotográfico. Trata-se de um país que está a confundir respeito com amnésia cultural.

E, sinceramente, precisamos de dizer isto em voz alta: quando a inclusão exige que deixemos de existir, não é inclusão... é neutralização.

No fundo, este episódio lembra-nos algo essencial: a educação não se faz pelo "apagamento", faz-se pela convivência. Se queremos realmente crianças preparadas para um mundo diverso, não precisamos de lhes retirar símbolos... precisamos de lhes dar ferramentas para os compreender, respeitar e dialogar com eles. A inclusão verdadeira não teme identidade nenhuma... abraça-as todas. E é esta maturidade emocional que as escolas, e nós enquanto sociedade, somos chamados a recuperar. 

Sandra M. Gil Ferreira    12/12/2025  


                                                         



Francisco Fernandes De Vilhena          18/12/2025


Este texto está quase perfeito, mas o problema não é verdadeiramente preparar crianças para um mundo diverso. Elas, por norma, já aceitam isso. O grande problema são os pais, os encarregados de educação e esta Diretora de Escola sabe isso muito bem. O medo instala-se, como se instá-la na sociedade em geral, e depois há o politicamente correto, que precisamente é o contrário do civicamente e moralmente correto.
Há dois fatores primordiais nesta questão da perda gradual da identidade e cultura nacional: o medo e o achar que somos todos iguais (globalização). Somos mesmos? Claro que não! São milhares e centenas de anos de evolução histórica, cultural e moral diferenciada ou de pura estagnação.
Queremos ser iguais aos demais?! Eu não, certamente.
De algo tenho certeza, eles também não querem ser iguais a nós, senão simplesmente aceitavam-nos e não se sentiam perturbados com as nossas singularidades. Antes pelo contrário, querem-nos impor a sua cultura em todas as suas formas e opressões. Isso não é Inclusão, é total subversão de valores que levará fatalmente ao caos social.

Relembro aqui a Declaração dos Direitos Humanos das Nações Unidas (DHDU) e que os países democráticos, como Portugal, têm na sua Constituição Nacional.

Artigo 18
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; esse direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular.

Artigo 19
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.

Artigo 29
1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível. 
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará sujeito apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática. 
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 30
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.


Qual é então a dúvida? Há o incumprimento da Constituição Portuguesa e da DUDH por parte desta escola ou qualquer entidade que já não cumpra estes princípios, o que já começa a ser recorrente nos países europeus por medo, acobardamento, intimidação ou por wokismo e estupidez global.

Desde quando manter as suas tradições e cultura é mau ou ultrajante para alguém ou para um país/religião? Se assim é entendido por alguém, é porque esse alguém não respeita as tradições e cultura dos outros e é esse alguém que terá de ser educado para saber viver em sociedade ou receber a devida penalização social/criminal.

Onde é que está a dúvida neste processo todo?!!! 

Maria Antão


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