O Reino Unido anunciou uma mudança dura em sua política migratória e colocou países africanos sob pressão direta. Segundo o Ministério do Interior britânico, Angola e Namíbia concordaram em aceitar o retorno de migrantes irregulares e pessoas condenadas, após Londres ameaçar impor sanções na concessão de vistos a países que se recusassem a cooperar.
A mensagem foi clara: quem não colaborar, perde privilégios.
A República Democrática do Congo (RDC) já sentiu o impacto. O Reino Unido retirou o visto prioritário e o tratamento VIP para autoridades e tomadores de decisão congoleses. A ministra do Interior, Shabana Mahmood, foi além e alertou que todos os vistos para a RDC podem ser suspensos caso a cooperação “não melhore rapidamente”.
“Se um cidadão não tem o direito de permanecer aqui, o país de origem deve aceitá-lo de volta”, afirmou Mahmood.
Esses acordos fazem parte das novas reformas migratórias do governo do primeiro-ministro Keir Starmer, que prometeu tornar o asilo mais temporário e acelerar deportações. Desde julho do ano passado, o Reino Unido afirma ter removido mais de 50 mil pessoas, um aumento de 23% em relação ao período anterior.
A pressão cresce em meio a números recordes:
mais de 39 mil migrantes chegaram ao Reino Unido este ano cruzando o Canal da Mancha
cerca de 111 mil pedidos de asilo foram registrados até junho de 2025
imigração virou a maior preocupação do eleitorado britânico, superando a economia
Enquanto isso, mais de 100 ONGs britânicas acusam o governo de “demonizar migrantes” e alertam que essas políticas alimentam racismo e violência.
Até o momento, Angola, Namíbia e RDC não se pronunciaram publicamente sobre as decisões de Londres.
Bwe Curioso — quando migração vira instrumento de pressão política global.
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