Muskan Liaqat, uma jovem cristã paquistanesa, conseguiu escapar no início de junho após passar dois anos em cativeiro. Sequestrada aos 14 anos por dois homens armados, ela foi forçada a se converter ao islamismo e a se casar com o agressor, Muhammad Adnan. Durante esse período, foi submetida a repetidos abusos físicos e sexuais, e tratada como escrava doméstica e sexual.
Segundo relato da própria vítima ao Christian Daily International-Morning Star News, Muskan engravidou como resultado dos estupros, mas perdeu o bebê no quarto mês devido às agressões. Desesperada, chegou a tentar o suicídio, temendo que sua família não acreditasse em sua inocência caso retornasse. Mesmo em meio ao sofrimento, contou que orava diariamente por um livramento.
Em maio deste ano, Muskan conseguiu entrar em contato com a irmã e revelar sua localização. A família acionou a organização cristã CTS (Christians’ True Spirit), que recorreu à Justiça com um pedido de habeas corpus. No entanto, a jovem foi forçada sob ameaça a depor a favor dos sequestradores no tribunal, alegando conversão e casamento voluntários — um padrão comum em casos de sequestros de meninas cristãs no país.
O resgate definitivo aconteceu em 3 de junho, quando Muskan aproveitou um descuido do sequestrador para fugir. A CTS a acolheu imediatamente em um abrigo seguro, temendo que Adnan tentasse recuperá-la legalmente. A organização agora conduz um processo criminal contra os responsáveis e está oferecendo apoio jurídico, psicológico e médico à jovem.
O caso de Muskan evidencia a vulnerabilidade de meninas cristãs no Paquistão, país que ocupa o 8º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2025, da Portas Abertas. De acordo com a CTS, muitas famílias enfrentam resistência policial ao tentar denunciar sequestros, e as vítimas são coagidas a legitimar os abusos com falsas conversões.
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