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terça-feira, 30 de dezembro de 2025

Capacidade atual do controlo de fronteiras é a que existia há 10 anos

 Capacidade atual do controlo de fronteiras é a que existia há 10 anos

O presidente do Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia elogia o investimento no controlo de fronteiras do aeroporto de Lisboa anunciado pelo Governo, mas lamenta que este só tenha sido feito agora e garante que a questão das filas de horas é uma "questão inultrapassável"

Osubintendente Bruno Pereira, presidente do Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia, elogiou, esta terça-feira, 30 de dezembro, o investimento no controlo de fronteiras do aeroporto de Lisboa anunciado pelo Governo mas lamenta que este só tenha sido feito agora e garante que a questão das filas de horas é uma "questão inultrapassável".

Para o responsável, "toda e qualquer medida que possa ajudar a aligeirar aquilo que tem sido uma pressão tremenda e inaudita nas fronteiras é claramente algo que vem em boa altura".

No entanto, para Bruno Pereira, "esta é uma questão inultrapassável porque há dimensões e carências de infraestruturas que duram há mais de 20 anos" no Aeroporto Humberto Delgado e que "limitam as capacidades na fronteira".

E são estas carências que fazem com que se formem filhas de mais de uma dezena de horas no aeroporto de Lisboa. A linha que separa, segundo o subintendente da PSP, "o que conseguimos ser, do que gostaríamos de ser".

"Temos cada vez mais passageiros – cidadãos extra-comunitários, sujeitos a controlo na fronteira, aumentaram 5 vezes nos últimos cinco anos. Passamos de 2.5 milhões para 12 milhões de passageiros. Temos uma concentração de passageiros extra-comunitários cada vez maior em termos de pico", explicou, acrescentando que "no pico da manhã e da tarde são mais de 2 mil os  passageiros por hora" que chegam ao controlo, sendo que a capacidade atual é a que existia há 10 anos, com o SEF".

"É exatamente a mesma. Temos 16 boxes de controlo. 32 postos de trabalho, para controlo manual", atirou, lembrando que acresce agora o tempo do sistema e-gates, "aplicação obrigatória em todo o Espaço Schengen, que torna o controlo ainda mais moroso".

Apesar de admitir que a PSP possa ter alguma culpa na demora do processo de controlo de passageiros, "havendo alguma responsabilidade é de quem não fez o que devia ter feito". Quem não investiu, "não melhorou a infraestrutura do aeroporto".

Recorde-se que há vários meses que os passageiros que chegam ao Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, se deparam com filhas de várias horas. Em alguns dias, estas chegam mesmo a ultrapassar uma dezena de horas de espera.

Para fazer face a isso, o Governo anunciou ontem, segunda-feira, 29 de dezembro, que a PSP terá 7,5 milhões de euros, entre 2026 e 2028, para aquisição de equipamentos que visa aumentar os postos de controlo de fronteira no aeroporto de Lisboa no âmbito do novo Sistema de Entrada/Saída do espaço Schengen.

A despesa de mais de sete milhões de euros aprovada ontem em Conselho de Ministros e, segundo comunicado do Governo, tem como objetivo a "aquisição de hardware (e-gates), software e serviços de manutenção corretiva".

https://www.noticiasaominuto.com         30/12/2025

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