800 anos de escravidão.Brancos europeus foram escravizados pelos negros, na Península Ibérica, desde o ano 710 até ao início da Idade Moderna em 1492, quando os muçulmanos foram definitivamente expulsos pelos Reis Católicos Fernando e Isabel a católica.
A escravatura Africana já existia antes de Portugal .
– O Sistema que os Portugueses Encontraram:
Muito antes de qualquer europeu chegar à costa africana, já ali existia uma realidade complexa que raramente é mencionada nos debates modernos. A escravatura não nasceu com Portugal, nem com o comércio atlântico. Quando os portugueses avistaram África pela primeira vez no século XV, encontraram reinos fortes, organizados e profundamente envolvidos num sistema de captura, servidão e comércio de pessoas que já existia há séculos.
Importa ainda lembrar que África já estava inserida em redes de comércio de escravos muito anteriores aos europeus. Durante mais de oitocentos anos, o comércio transa-ariano e árabe levou milhões de africanos para o Norte de África, Médio Oriente e Ásia. Reinos africanos participavam nessa economia, fornecendo cativos em troca de sal, tecidos, ouro e, mais tarde, armas. Ou seja, quando Portugal lá chegou, encontrou um sistema interno e externo já consolidado.
Em muitas regiões, a escravatura fazia parte da própria estrutura social. Reinos como Benim, Daomé, Oyo ou Ashanti dependiam dela para sustentar a economia e afirmar poder político. Prisioneiros de guerra, devedores, condenados ou simplesmente povos considerados de fora eram transformados em servos, soldados, trabalhadores agrícolas ou membros do séquito de um chefe. Ser escravizado não era um fenómeno raro, mas parte da vida política africana.
Também existiam mercados de escravos muito antes da chegada de navios europeus. Cidades como Benim ou Timbuktu tinham praças de venda onde as elites africanas comercializavam pessoas capturadas em guerras ou razias internas. Quando os portugueses começam a negociar, não inventaram nada. Entram num sistema que já funcionava, comprando aquilo que os próprios africanos vendiam. Só mais tarde o tráfico transatlântico transformaria este comércio numa engrenagem global.
O que muda com a chegada europeia não é a existência da escravatura, mas a sua escala e intensidade. Armas de fogo, tecidos e bens de alto valor oferecidos pelos portugueses e, depois, por outras potências europeias aumentaram drasticamente o número de guerras internas. Muitos reinos africanos passaram a depender desse comércio para manter o poder militar e político. Sem a colaboração activa de elites locais, chefes de guerra, comerciantes e governantes, o tráfico atlântico nunca teria atingido a dimensão que atingiu.
Mas é fundamental dizer claramente que a escravatura africana não era uniforme nem idílica. Existiam formas de integração e servidão doméstica, mas também formas extremamente violentas. Há relatos de sacrifícios humanos associados ao poder político, trabalho forçado em larga escala, deportações internas, castigos severos e utilização de cativos como moeda diplomática. África não era um continente homogéneo. Coexistiam sistemas diversos, do mais benigno ao mais brutal.
Da mesma forma, é falso imaginar que todo o continente participou passivamente ou de forma unida. Houve povos e líderes africanos que resistiram activamente tanto à escravatura interna como ao tráfico atlântico. Em certas regiões do Congo, especialmente durante o reinado de Nzinga Mbemba (no tempo do rei Afonso I), houve tentativas explícitas de restringir ou mesmo proibir o comércio de escravos com europeus. Povos fugidos fundaram comunidades livres em zonas de difícil acesso. Outros recusaram entregar cativos ou romperam alianças com traficantes árabes e europeus. África era um palco de conflitos, resistências, negociações e escolhas, não um bloco imóvel.
Reconhecer tudo isto não diminui a responsabilidade europeia, que foi enorme na industrialização do tráfico de pessoas. Mas impede que se conte a história de forma simplista. Não havia um continente de inocentes subitamente atacado por estrangeiros maléficos. Haviam reinos poderosos, políticos astutos e chefes de guerra que lucravam com a venda de prisioneiros. Havia rivalidades entre povos, guerras constantes e estruturas sociais que já usavam seres humanos como moeda muito antes de Portugal existir sequer como país consolidado.
Ignorar esta verdade não é proteger África. É reduzi-la a um objecto passivo da história, como se milhões de pessoas não tivessem autonomia, escolhas, conflitos e interesses próprios.
A história real é sempre mais complexa. E no caso da escravatura, é impossível de compreender sem reconhecer que, quando os portugueses chegaram, encontraram um sistema já em movimento. Não foram eles a acendê-lo. Fizeram, isso sim, algo diferente ao ampliá-lo, globalizá-lo e transformá-lo num negócio internacional de escala brutal. Mas a sua origem é muito mais antiga e profundamente africana.
Carlos Branco 21/11/2025
As tribos Germânicas mais conhecidas por Tribos Bárbaras, que são os antepassados dos atuais Europeus do Sul, Centro e Norte da Europa (da Europa de Leste já são os Eslávos), sempre foram brancos e foram escravizados durante milénios pelo Império Romano e após a queda do Império Romano foram escravizados pelos diversos árabes que aqui estiveram, no caso de Portugal foram os Almoadas. Só quando o Império Romano se desfez é que as Tribos Bárbaras do Norte e Centro da Europa que conseguiram sobreviver à ocupação Romana, começaram a reocupar os territórios que foram dos seus antepassados, entretanto e devido à influência Romana deixaram de ser Tribos e passaram a viver como Reinados, passando a viver sob uma ordem social idêntica á Romana mais tarde passariam a ser Países com configurações muito idênticas ás que conhecemos hoje. Desses Países nasceram as cruzadas que dariam origem a Portugal, que mais tarde se envolveria nas descobertas de outros Continentes. Quando no texto diz: "A escravatura Africana já existia antes de Portugal". É a pura realidade, aliás naquela época por todo o Continente Africano e Americano não existiam países nem cidadania, o que existiam eram Tribos ou sistemas Tribais que ocupavam aqueles territórios de uma maneira mais ou menos nómada. Quando os Europeus chegaram ao Continente Africano e ao Americano grande parte daqueles nativos viviam sob a forma de Tribos exatamente como viviam as Tribos Germânicas/Bárbaras quando os Romanos tomaram conta de grande parte do Território Europeu. Essas Tribos do Continente Africano e Americano guerreavam entre si e as mais fortes escravizavam as mais fracas. Os Portugueses tal como outros Europeus nunca se embrenharam no mato para ir buscar escravos, os Portugueses limitavam-se a trocar mercadorias pelos escravos que, em primeira instância, eram apanhados pelas Tribos Nativas (o tal velho dilema do mais forte subjugar o mais fraco). É sobejamente conhecido que as Tribos Nativas mais fortes escravizavam as mais fracas, que depois usavam a seu belo prazer ou trocavam esses escravos por outros bens com os chamados mercadores de escravos que, por sua vez, os vendiam ou trocavam com os Portugueses, esta é a realidade. A escravatura hoje é vista como abjeta (e bem), porém esquecemos que até acerca de 2 Séculos atrás ela era vista como uma forma de comércio e os escravos um bem como qualquer outro. Era assim por todo o globo, e mesmo entre Tribos nativas, que viviam no mesmo território. Portanto, quando hoje em dia se fala da escravatura imposta pelos Europeus, quem fala assim e não é ou tem origem na Europa, está a esquecer que os africanos se escravizavam entre si, tal como as Tribos Índias das Américas e de outros Continentes o faziam! Aliás, como disse logo no começo deste texto, não há Povos nenhuns no Mundo que tenham sido tanto tempo escravizados, espezinhados, humilhados e desterrados, como foram as Tribos Germânicas/Bárbaras.
A escravatura africana, antecedeu a europeia, mas a escravatura foi praticada desde o surgimento da civilização, por TODOS os povos da Eurásia, América e África.
Na Europa, todos os grandes impérios como o romano, o grego, o turco otomano, a praticavam, mas até os vikings escravizavam outros europeus (Europa Ocidental e Mediterrânica) e vendiam os prisioneiros de guerra.
Esta é a realidade.
Antes da chegada dos portugueses (e mesmo antes do grande comércio árabe transsaariano), os escravos eram quase sempre prisioneiros de guerra ou pessoas raptadas em incursões entre reinos e etnias rivais. Ser escravo não tinha nada a ver com a cor da pele: um negro podia perfeitamente ter escravos negros da tribo vizinha, e um escravo podia ser da mesma etnia do seu senhor.
Em muitas sociedades africanas o estatuto de escravo não era necessariamente vitalício nem hereditário. Era muito comum o escravo casar com pessoas livres, os filhos nascerem livres e o próprio cativo acabar libertado ou totalmente integrado na linhagem do senhor depois de uma ou duas gerações. Havia casos em que os escravos viviam em aldeias próprias, cultivavam as suas próprias terras e apenas pagavam tributo ao rei ou ao chefe.
Os escravos trabalhavam na agricultura, como carregadores, como soldados auxiliares, como criados domésticos ou como concubinas. Não existiam plantations gigantes como mais tarde no Brasil ou nas caraíbas.
Já havia comércio interno de escravos em grande escala em várias regiões. Por exemplo: nas cidades-estado hauçás (Kano, Katsina), no império do Mali e depois Songhai (Timbuktu, Gao, Jenne), no reino do Congo, nos reinos lunda e luba, no Grande Zimbábue e na África Oriental. Desde o século VIII que os árabes e berberes compravam dezenas de milhares de escravos por ano na África Ocidental e os levavam através do deserto do Saara para o norte de África, Médio Oriente e até Índia. Os historiadores calculam que entre 9 a 12 milhões de pessoas foram vítimas desse comércio transsaariano ao longo de 1200 anos — um número igual ou superior ao do comércio atlântico posterior.
Resumindo, em África a escravidão já era antiga, generalizada e perfeitamente normal muito antes dos europeus. Era uma escravidão de guerra, muitas vezes temporária ou assimilável, sem relação com raça.
A escravidão foi uma realidade quase global.Maias,Incas,Aztecas e outros povos mais adiantados do Continente americano faziam uso de cativos e os sacrifícios em oferendas ao deuses locais eram práticas culturais
A própria bíblia fala isso, o que mais tem é história de escravos, José do Egito foi vendido como escravo pelos próprios irmãos.

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