Mundo da Informação

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Petróleo atinge novos picos devido à violância na Líbia

A sangrenta repressão às revoltas na Líbia e a incerteza que isso provocou no mercado petroleiro, já por si só agitado, dispararam nos últimos dias os preços do cru, apesar das promessas da Arábia Saudita, maior exportador mundial, de que não haverá escassez de petróleo.
O líder líbio Muammar Kadhafi estava nesta quarta-feira envolvido em uma rebelião que tomou o controle do leste do país, e em meio à pressão internacional para que não desencadeie um novo banho de sangue para salvar o regime liderado por ele há 42 anos.
O petróleo ultrapassou a barreira dos 110 dólares logo depois de um jornal líbio informar na Internet que um avião caça da força aérea líbia caiu quando seus dois tripulantes saltaram do aparelho em paraquedas para não ter de bombardear Benghazi, segunda maior cidade líbia e reduto da revolta.
"O mercado do petróleo reagiu imediatamente às notícias que provocaram mais preocupação e frustração sobre os distúrbios" no mundo árabe, disse à AFP Myrto Sokou, analista da consultoria Sucden.
A violência, que segundo a Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH) já deixou 640 mortos, obrigou as petroleiras estrangeiras como ENI, Repsol, Total e BP a retirar seu pessoal estrangeiro, fazendo com que a produção de hidrocarbonetos líbios começasse a cair.
O mercado de petróleo teme também que a onda de revoltas populares amplie-se contra regimes autoritários de países petroleiros de África e Oriente Médio, que até agora provocaram a queda do egípcio Hosni Mubarak e do tunisiano Zine al Abidine Ben Ali.

Ericeira é a 1ª Reserva Mundial de Surf da Europa

A Ericeira foi classificada como a primeira Reserva Mundial de Surf da Europa pela organização mundial Save The Waves Coalition, responsável pelo programa destinado a criar em todo o mundo zonas de ondas protegidas.

A par da Ericeira também Santa Cruz, na Califórnia, EUA, juntou-se ao programa que já conta com duas regiões icónicas do surf mundial: Malibu, na Califórnia e Manly Beach, na Austrália.

O surfista português João de Macedo, responsável pela criação do programa de reservas mundiais de ondas, disse à agência Lusa que a organização internacional Save the Waves (Salvem as Ondas) decidiu aprovar a candidatura da Ericeira, que se torna assim na primeira reserva mundial de surf da Europa.

"A Ericeira tem ondas muito diferentes, desde ondas curtas a ondas longas, ou seja, tem um leque de várias ondas diferentes numa área tão pequena, que fazem desta zona um sítio único na Europa e no mundo", explicou à Lusa o surfista português João de Macedo, um dos responsáveis pelo programa.

A candidatura da Ericeira foi ainda bem sucedida por preencher os critérios exigidos relacionados com a qualidade e consistência das ondas, a existência de uma cultura e uma indústria locais de surf, a biodiversidade e qualidade ambiental das praias e o apoio da comunidade local.

O programa de reservas mundiais de surf visa assegurar a proteção dos recursos naturais da orla costeira e reforçar o reconhecimento internacional do património, considerado também de interesse mundial para a prática do surf e para o desenvolvimento de uma economia associada aos desportos radicais.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Êxodo para a Tunísia pode vir a tornar-se uma " catástrofe"

Mais de cinco mil pessoas, entre tunisinos emigrados na Líbia e cidadãos líbios, já passaram a fronteira, procurando refúgio na Tunísia, mas muitos mais podem seguir este exemplo, no que, alerta o Crescente Vermelho, pode vir a tornar-se um êxodo catastrófico. «Acreditamos que milhares de refugiados líbios entrarão em Tunis.  Esperamos o pior», disse fonte da organização árabe.
A situação no território continuava ontem complicada, com novos bombardeamentos, embora o piloto de um dos aviões caça líbio se tenha negado a obedecer às ordens de bombardeamento da cidade de Benghazi, fazendo cair o aparelho onde seguia.

Portugueses querem sair

Muitos são os portugueses que ainda permanecem no território e, embora o ministro
da Economia luso tenha assegurado que os empresários com negócios naquela
zona conhecem os riscos, há quem deseje apenas regressar. No entanto, o Governo
admitiu que a situação dos 56 portugueses retidos em Benghazi é complexa, embora
garanta, pelas palavras do ministro dos Negócios Estrangeiros, que a prioridade
é «aprotecção e a segurança» dos portugueses. Ainda segundo Luís Amado,
que condenou os ataques e a violência contra os manifestantes, o regime de Kadhafi é anacrónico e deve adaptar--se imediatamente.
Ontem aterrou em Lisboa um C-130 proveniente de Tripoli com 64 portugueses e 11
estrangeiros, o segundo voo do aparelho que já tinha deixado mais de 100 pessoas em Itália.


Milhões turísticos

http://www.readmetro.com/show/en/Lisbon/20110224/1/6/

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Mundo - Nações Unidas preocupadas com mais violência


O secretário-geral da ONU expressou ontem a sua preocupação sobre a escalada de violência nos países do Norte de África e Médio Oriente, afectados pelos protestos contra o poder.  Ban Ki-moon reiterou a sua oposição ao uso da força e pediu a todas as partes a máxima moderação e respeito. Entretanto,o primeiro-ministro britânico tornou-se ontem no primeiro chefe de Estado estrangeiro a visitar o Egipto desde a queda do regime de Hosni Mubarak.

MÉDIO ORIENTE - Revoluções são o maior desafio da Europa


O ministro dos Negócios Estrangeiros português disse ontem que não se pode reagir com «ligeireza e clichés» às actuais convulsões no mundo árabe, que classificou como «a situação mais perigosa» que a União Europeia enfrenta desde a II Guerra Mundial.
Luís Amado, que falava à entrada para uma reunião de chefes de diplomacia da UE sobre as recentes revoluções, manifestou-se ainda preocupado com as violentas repressões dos protestos.

Jornal Destak, 22/2/2011

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Europa descurou durante muitos anos relação de vizinhança com Mediterrâneo - Luís Amado

Bruxelas, 20 fev (Lusa)

O ministro dos Negócios Estrangeiros português considerou hoje que a UE descurou durante muitos anos a relação de vizinhança com o Mediterrâneo, sendo tempo, "mais do que nunca", de dar atenção aos problemas que se verificam atualmente.
Falando à entrada para um jantar informal de chefes de diplomacia da UE, em Bruxelas, precisamente destinado a debater as revoluções e ondas de protestos no mundo árabe, e em particular no Magrebe, Luís Amado lembrou que, durante a presidência portuguesa da União, em 2007, Portugal já tentara "imprimir uma sensibilidade própria para os problemas que se desenvolvem em toda esta fronteira mediterrânica e oriental da União".
"Face à pressão destes acontecimentos, mais do que nunca nós temos que dar atenção aos problemas de longo prazo com que seremos confrontados", disse, defendendo ser tempo de a UE ter "uma visão estratégica sobre a relação com toda esta região de vizinhança".
Segundo Amado, "o que tem faltado nas diferentes posições da UE é justamente uma visão estratégica sobre a forma como pretende lidar com os problemas, que são muitos, que se lhe colocam nesta zona de fronteira de vizinhança".
"Acho que durante muitos anos andámos excessivamente preocupados com a fronteira leste da Europa e descuidámo-nos relativamente à visão estratégica que temos que ter para o futuro das nossas relações com esta fronteira crítica para a estabilidade, para a segurança e para o desenvolvimento da Europa nas próximas décadas", advertiu.
Amado adiantou que vai "apresentar ao Conselho algumas das ideias portuguesas sobre este processo e sobre a forma como a Europa deve lidar estrategicamente com os problemas que estão a desenvolver-se em cadeia desde a margem do Atlântico até ao Golfo Pérsico", remetendo mais explicações para depois de transmitir as suas ideias aos homólogos.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE vão voltar a abordar as "revoluções de jasmim" na Tunísia e Egito e as convulsões noutros países da região na reunião "formal" de segunda-feira, tendo o jantar informal de hoje sido marcado para permitir um debate político mais aprofundado.

Link sobre Destinos Turísticos

http://www.rotasedestinos.pt/

Luxo na Praia do Martinhal - resort familiar mais luxuoso da Europa

Sagres já tem um hotel cinco estrelas. Parte integrante do "gigante" Martinhal Beach Resort é um hotel de charme, com uma personalidade bem definida. E uma localização de excepção.

Luxo na Praia do Martinhal
É impossível dissociar o facto de o hotel ser parte integrante do Martinhal Beach Resort, um gigantesco espaço de 25 hectares, na qual se incluem 155 casas e 45 villas. O resort familiar mais luxuoso da Europa, segundo descrição dos próprios. Por outro lado, surpresa maior, é igualmente possível conseguir uma sensação de absoluto isolamento, uma vez que o seu funcionamento é independente de toda a estrutura. Um facto que em muito se deve à sua filosofia de boutiquehotel, com poucos quartos, apenas 38, dando primazia a um tratamento mais personalizado.
Junte-se a isto a localização. Sagres é, de facto, uma das zonas mais ventosas do Algarve, mas continua a ser dona de uma paisagem e sensação de fim de linha muito difícil de igualar. A equipa que projectou o hotel percebeu-o na perfeição e fez com que todos os quartos ficassem virados para o mar e para a praia do Martinhal.
Uma arquitectura contemporânea, recorrendo a linhas geométricas, onde sobressai a madeira, opção estética mas também uma forma de respeitar o ambiente e os métodos de construção locais. A decoração segue os mesmo passos. Essencialmente minimalista, destacam-se materiais da região algarvia como a cortiça, o vime ou a pedra da serra de Monchique.
A piscina é outro dos atractivos maiores deste hotel. Grande quanto baste, sempre a 28 graus, é uma espécie de oásis aquecido para os fins de tarde mais frescos ou os dias mais ventosos. Mas não será a única forma de ocupar o seu tempo. O spa, a possibilidade de alugar uma bicicleta e, sobretudo, os desportos aquáticos são alternativas, uma vez que a praia do Martinhal tem óptimas condições para a prática de surf, windsurf, kitesurf, bodyboard ou mergulho.
 

Fim-de-Semana "Low Cost"

Mais que uma opção, o "low cost" é cada vez mais uma necessidade... saiba como passar um fim-de-semana recheado de bons momentos e a custos muito baixos.
© Armando Franca
© Armando Franca
                                                                                                                                                                    Este fim-de-semana propomos que descanse à noite e passeie de dia! Vamos-lhe mostrar como se divertir de forma "low cost".

© Don Ryan
No sábado de manhã, porque não aproveitar para fazer umas compras na famosa Feira da Ladra em Lisboa? Com o Natal a chegar, até pode ir adiantando a compra de alguns presentes. De certeza que esta feira tem propostas únicas para os seus familiares, amigos e amigas: vai ficar espantado com a enorme escolha de roupa, móveis, brinquedos de criança, bijuteria, discos de vinil, livros e outras verdadeiras preciosidades. A Feira da Ladra ocorre no Campo de Santa Clara em Lisboa entre as 09h00 e as 18h00.
Para o almoço, a nossa proposta vai para a Koni Store no Chiado. O menu é de inspiração japonesa mas com um "twist" brasileiro. No fundo, os konis são temakis, e esta ideia já tem muito sucesso no Brasil. O restaurante situa-se na Rua da Trindade, em Lisboa, e vai ver que no final a conta vai ser do seu agrado!
                                                                                                                                                                    Para Domingo sugerimos uma visita a Cascais. Saia de manhã para evitar trânsito e, caso esteja um bom dia de sol, passeie pela costa. Vá almoçar à mercearia Propósito Puro no Monte Estoril, um novo conceito que alia uma mercearia, produtos gourmet e boa música num espaço único. Poderá almoçar uma salada a um preço acessível e descobrir um mundo de novidades - desde revistas, a livros, a produtos de culinária… A mercearia Propósito Puro situa-se na Avenida Sabóia no Monte Estoril.


© Armando Franca
Após o almoço, e se ainda não teve oportunidade, passe a tarde a visitar a Casa das Histórias - Paula Rego. A entrada é gratuita e está aberta até às 20h00. A Casa das Histórias proporciona uma arquitectura magnífica e um óptimo jardim onde pode relaxar, além da colecção de pinturas fabulosas. Localiza-se na Avenida da República, em Cascais, a poucos passos da Cidadela.
Saiba como chegar a todos estes locais com o mapa.
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Tecto do mundo

A inaugurar em Março, o Ritz Carlton de Hong Kong será o hotel mais alto do mundo.
 
Ritz Carlton de Hong Kong
Ritz Carlton de Hong Kong
Na contagem decrescente para a inauguração, prevista já para Março, aumentam as expectativas em torno do Ritz Carlton de Hong Kong (www.ritzcarlton.com). Com 490 metros de altura, o hotel destaca-se por ser o mais alto do mundo, mas oferece outras e muitas atracções, além da panorâmica privilegiada sobre a ilha. A somar aos 312 quartos, terá ainda seis restaurantes (alguns deles com salas privadas para ocasiões especiais), um tea lounge e uma esplanada no bar no terraço do último andar.

Terreiro do Paço com novo Pátio ( Pátio da Galé surge no âmbito do Plano Estratégico de Turismo de Lisboa 2011-2014)

http://www.readmetro.com/show/en/Lisbon/20110221/1/3/

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Futurália - 16 a 19 de Março de 2011

A Futurália é a maior feira de educação e formação que se realiza em Portugal, atraindo todos os anos milhares de visitantes.

Pav. 1 e 2 da FIL - Feira Internacional de Lisboa
Parque das Nações
 
16, 17 e 18 de Março – das 10H00 às 19H00
19 de Março (Sáb.) – das 11H00 às 20H00
 
Com cartão Jovem/Estudante: 2,5€
Público: 3,5€
Teatro + Futurália: 7,00€
Festa do Estudante : 10,00€
Bilhete de grupo: 10,00€ (máximo 4 pessoas)
Visitas de Estudo (número mínimo 10 alunos): 2€

Israel na BTL

2011-02-17
Israel na BTL 2011

A Oficina Nacional Israelita de Turismo estará presente na BTL Lisboa, com stand próprio no pavilhão, área A 11.
Para além da vasta oferta turística de Israel, destino que suscita cada vez mais interesse - 14.236 portugueses em 2010 -, será apresentada a recém-inaugurada rota “Seguindo os passos da Virgem Maria”, que se junta ao já conhecido “Caminho de Evangelho”.
Paralelamente, o Turismo de Israel irá promover o apoio à candidatura do Mar Morto, o ponto mais baixo da Terra, como uma das “7 Maravilhas da Natureza”.
Outros assuntos em destaque: “Aida” em Massada e Jerusalém: Grande acontecimento de ópera do ano, a realizar de 2 a 12 de Junho; Qasr al Yahud, no rio Jordão, renovado recentemente e considerado o local do baptismo de Jesus e rio atravessado pelos Filhos de Israel em direcção a Canaã; o renovado Museu de Israel, a Tachana, o Museu do Bom Samaritano, a Sinagoga Hurva, o espectáculo de luzes e sons de Tiberias.

BTL - Madeira

A  secretária Regional de Turismo e Transportes da Madeira, Conceição Estudante, revelou ontem, numa conferência de imprensa em que apresentou o programa de actividades na BTL, que o mercado português conseguiu ultrapassar o inglês e alemão, os tradicionais emissores de turistas para a região.
De acordo com a Lusa, Conceição Estudante considera que esta é "uma capacidade que interessa manter e aumentar", defendendo assim a importância dos turistas domésticos para o turismo madeirense.
Na BTL, a Madeira vai estrear um novo stand, bem como uma nova imagem publicitária sustentada nos elementos alegria e cor, com destaque para o verde da montanha, o azul do oceano e o amarelo do sol e da praia, sem esquecer as flores.
A nova imagem publicitária representou um investimento de cerca de 315 mil euros e vai ser utilizada nas iniciativas promocionais da região até 2013, passando o novo stand a ser também utilizado nas iniciativas em território nacional.
I.M.
18/02/2011

BTL - Douro

Jornal Opção Turismo
2011-02-18
Turismo do Douro mostra-se como Destino de Excelência

A Entidade Regional Turismo do Douro volta em 2011 à Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), que vai realizar-se entre os dias 23 e 27 de Fevereiro na FIL, no Pavilhão 1, ao lado do Turismo Porto e Norte, destino convidado. O stand da Turismo do Douro na BTL apresenta aos operadores e visitantes o Museu do Côa, equipamento cultural de excelência inaugurado em 2010, uma mais-valia de peso para a região ao articular turismo paisagístico e touring cultural – é o mais importante local com arte rupestre Paleolítica ao ar livre no mundo e o segundo maior museu do país.
Através de filmes e imagens animadas num videohall central, está também em destaque o Douro Film Harvest – mostra internacional de cinema que este ano se realiza de 5 a 11 de Setembro e tem o Brasil como país convidado.
As imagens em grandes dimensões apresentam ainda os vários produtos estratégicos da Turismo do Douro: o Touring Cultural e Paisagístico, o Turismo Natureza e a Gastronomia e Vinhos.

BTL - Feira INternacional de Turismo de 23 a 27 de Fevereiro

Ano após ano - e depois de 22 edições - a BTL continua a ser o espaço de eleição para os profissionais ligados à área turística, funcionado como o grande barómetro do mercado.
Se Portugal é por excelência um país orientado para o Turismo, a BTL é o local onde esse potencial se revela em toda a sua plenitude.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Portugal está entre os 20 destinos mais competitivos do mundo

“Portugal está entre os 20 destinos mais competitivos do mundo”
27/01/11, 00:05
Por Almerinda Romeira
Em entrevista, José Carlos Pinto Coelho, o presidente da CTP analisa a gravidade das medidas do Código Contributivo e constata as dificuldades das PME para aceder à banca. Diz ainda que, a concretizarem-se as previsões de recessão económica, há empresas que não vão suportar novos encargos. Deixa, no entanto, um sinal de esperança: há investidores atentos à conjuntura e com capitais próprios avultados, que aguardam com impaciência oportunidades de negócios, num País/destino que está no top 20 dos mais competitivos do mundo.


Quanto pesa o sector turístico na criação de riqueza nacional e de emprego?De acordo com os dados da Conta Satélite do Turismo em 2009, no que respeita à Procura Turística, o sector representou 10% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto na óptica da oferta o Valor Acrescentado Gerado pelo Turismo (VAGT) contribuiu em 4,8% para o VAB da economia, representando uma das principais actividades económicas do País e responsável por muitos milhares de postos de emprego.

Como está a saúde das empresas turísticas do ponto de vista da sustentabilidade do negócio?
Vivemos uma conjuntura difícil que afecta todos os sectores da economia. As empresas estão a envidar todos os esforços para resistir o melhor possível para ultrapassar estes tempos conturbados.

Como está a tesouraria das empresas?Encontram-se em algum stress, sobretudo no caso das empresas que se encontram mais dependentes de um menor número de mercados emissores, segmentos de mercados, motivações da procura, operadores turísticos, etc.

E o recurso ao crédito bancário?
O acesso está difícil, sobretudo no caso das PME e das start-up. Face à conjuntura actual, os bancos estão mais prudentes, exigindo mais capitais próprios dos investidores. É importante que as empresas possuam um Balanço sólido, um histórico de saudável relacionamento e demonstrem criatividade para enfrentar as adversidades, convertendo ameaças em oportunidades e pontos fracos em pontos fortes.

Do que sabe, há muito investimento turístico planeado para 2011 em Portugal, ou de empresas portuguesas no mundo?Existem alguns investidores atentos à conjuntura e com capitais próprios avultados, que aguardam com alguma impaciência oportunidades de negócios. Podemos dizer que existem dois grupos de investidores: um a comprar numa perspectiva de longo prazo (private equity) e o outro numa base meramente oportunista (vulture funds). Contudo, fruto da situação a que se assiste, a aversão ao risco é ainda elevada pelo que a selectividade é bastante maior que no passado, focando-se a atenção sobretudo em activos "valiosos", localizados em zonas prime, isto é, o produto certo na localização adequada. Algumas destas transacções far-se-ão sobretudo através da compra aos liquidatários ou através da compra directa de crédito junto dos bancos financiadores, quase sempre com desconto.

O Código Contributivo entrou em vigor no passado dia 1 de Janeiro, apesar da vossa oposição, da oposição da maioria das empresas portuguesas e dos partidos da oposição, que pretendiam o adiamento por um ano. Quais são as medidas mais gravosas para a actividade das empresas representadas pela CTP?As medidas mais gravosas são transversais a todas as empresas, independentemente da sua dimensão ou sector de actividade, o que explica que a oposição em causa não seja exclusiva da Confederação do Turismo Português (CTP), mas também de outras confederações patronais, partidos políticos e principalmente das próprias empresas.

Uma das medidas mais gravosas para o sector representado pela CTP consiste no aumento da taxa contributiva em 3% para os contratos de trabalho a termo, e cuja entrada em vigor será, em princípio adiada para Janeiro de 2014. Ainda assim, tal não deixa de suscitar enorme preocupação a um sector fortemente marcado pelos ciclos próprios das actividades sazonais, e que não consegue atingir níveis de eficiência e racionalidade económica sem recurso a este tipo de contratos.

Destaco ainda, entre outros aspectos gravosos, a elevada taxa contributiva para os contratos de trabalho de muito curta duração, cujo pagamento é da responsabilidade exclusiva do empregador, o que poderá inibir o recurso a um tipo de contrato criado recentemente pelo Código do Trabalho, e que representa uma resposta concreta a situações muito específicas, não só para o Turismo mas também para a Agricultura. A entrada em vigor do Código merece-nos especial apreensão, sobretudo porque a sua entrada em vigor vai coincidir com um ano em que se anuncia uma recessão económica.

No curto prazo, que consequências vai ter para as PME, em geral, a entrada em vigor deste quadro normativo?Como referi anteriormente, o quadro normativo em causa é transversal a todas as empresas, independentemente da sua dimensão. Naturalmente que o impacto das contribuições para a Segurança Social será tanto maior, quanto menor for o volume de negócios de uma empresa.

As PME, assim caracterizadas com recurso a este critério - volume de negócios - poderão vir a enfrentar um cenário financeiro de alguma complexidade pela menor maleabilidade dos respectivos orçamentos e dificuldade de assimilação de novos encargos. Nestes casos, uma das consequências possíveis poderá ser a da redução de custos como forma de compensação e de promoção do equilíbrio orçamental, o que poderá ser prejudicial a outros agentes económicos.

Concretamente no que respeita ao alargamento da Base de Incidência Contributiva, dada a conjuntura económica adversa, os efeitos da medida não se virão a revelar contrários aos efeitos esperados pelo Governo?
Efectivamente existe essa possibilidade. A necessidade de financiamento da Segurança Social, e que fundamenta algumas das medidas em causa poderá, em vez de se traduzir num aumento de receitas, ter um efeito contrário e provocar um acréscimo de custos em prestações sociais, em especial, o subsídio de desemprego.

A concretizarem-se as previsões de recessão económica no próximo ano, e de um contexto economicamente difícil para os anos seguintes, crê-se que algumas empresas não vão suportar novos encargos ou o aumento dos já existentes.

Perante este cenário, poderemos continuar a assistir a um número de processos de insolvências e de despedimentos colectivos, que apenas contribuirão para o aumento de custos da Segurança Social. Esta situação preocupa-nos face ao eventual aumento do número de desempregados de longa duração.

Por outro lado, existe o receio crescente de que o emprego criado ofereça salários inferiores aos anteriormente praticados como forma de compensar os custos expectáveis com o acréscimo da carga contributiva. De notar que salários de valor inferior implicarão uma redução no montante das contribuições e quotizações.

É imperioso criar condições que favoreçam o crescimento económico, começando, desde logo, por uma redução dos actuais custos de contexto.

Numa escala de 1 a 20 como classifica a competitividade da indústria turística portuguesa?Estamos entre os 20 países mais competitivos do mundo. Em 2009, Portugal posicionou-se, pelo segundo ano consecutivo, no top 20 dos destinos mais competitivos do mundo para a atracção de investimento nos sectores do Turismo e Viagens. De acordo com o índice de Competitividade Viagens e Turismo, elaborado pelo World Economic Forum, o nosso país encontra-se na 17.ª posição a nível mundial. O Índice de Competitividade refere a facilidade de criação de empresas, a hospitalidade dos portugueses e o número de locais e monumentos classificados como Património Mundial como pontos positivos a favor de Portugal.

Porém, este posicionamento não está assegurado para sempre, temos de trabalhar arduamente para manter o lugar e, se possível, subir no ranking.

Com a cultura, a gastronomia, o clima, o povo que tem, Portugal bem poderia ser um paraíso turístico, estrategicamente posicionado entre a Europa, a África e a América.  O País ainda está a tempo de tornar esse potencial realidade?Claro que está sempre a tempo e é para isso que trabalhamos diariamente. A propósito da Cimeira do Turismo Português, esperamos que quem nela tenha participado tenha saído enriquecido com as contribuições de todos os oradores e firmemente convencido que temos de mudar para garantir o sucesso no futuro, e que a visão, os conceitos e as ferramentas estão ao nosso dispor. Outros, como Rudolph Giuliani, em circunstâncias particularmente difíceis, foram capazes de decidir, agir, mobilizar e concretizar. Basta querer!



"AS CIDADES DO SÉCULO XXI SÃO VERDADEIROS PÓLOS DE CRESCIMENTO ECONÓMICO"
O Centro de Congressos do Estoril acolheu, este mês, a primeira Cimeira do Turismo Português, organizada pela Confederação do Turismo Português, sob o tema "Cidades, Pólos de Crescimento Económico e do Turismo no Século XXI". José Carlos Pinto Coelho diz ao PME NEWS o que é preciso para tornar as cidades portuguesas e Lisboa, em particular, um destino turístico competitivo a nível mundial.

Porque escolheu "Cidades, Pólos de Crescimento Económico e do Turismo no século XXI" para tema da Cimeira do Turismo Português em 2011?A Cimeira do Turismo Português surge numa altura em que o turismo urbano tem vindo a ganhar importância crescente, sendo hoje apontado como um dos motores para a recuperação económica. As cidades do século XXI são consideradas verdadeiros pólos de crescimento económico ao qual se deve dar particular atenção, sobretudo atendendo à era da globalização, em que as cidades competem a nível global. É fundamental aproveitar as vantagens diferenciadoras. Na Cimeira iremos debater casos de estudo e respostas aos desafios que as mudanças sociais e económicas nas sociedades e nas economias colocam e como inverter a tendência de perda de competitividade que Portugal sofreu nos últimos anos.

O que é preciso para tornar Lisboa um destino turístico competitivo a nível mundial?
Antecipar as tendências de evolução da procura de destinos urbanos e estar atento às estratégias dos principais concorrentes directos (nacionais e internacionais) das nossas cidades.

Que outras cidades portuguesas têm potencial para figurarem entre as primeiras nos rankings mundiais da competitividade?
Num primeiro nível: o Porto.
Num segundo nível: Faro, Funchal e Ponta Delgada, por exemplo.

À distância de 20 anos, como perspectiva a repartição das várias formas de turismo no "bolo" turístico nacional? Como se posicionará a indústria?O sector manterá certamente a liderança das exportações de bens e serviços, será mais competitivo, com maior capacidade de resistência a crises e com maior valor acrescentado para clientes, empresários e colaboradores. O futuro do Turismo dependerá em grande escala da evolução que o sector dos transportes vier a registar, sobretudo o aéreo.
Os últimos dados do Euromonitor apontam para que a indústria do Turismo recupere até 2016. Nos próximos anos, o sector vai ter de se esforçar para ultrapassar o impacto que a desaceleração sobre a procura turística provocou e esse será um dos seus maiores desafios. Para Portugal, a Euromonitor International prevê que em 2013 as chegadas de turistas atinjam 15 milhões e as receitas turísticas dez mil milhões de euros. Por outro lado, o WTTC - World Travel and Tourism Council estima um crescimento da Economia do Turismo, entre os anos de 2010 e 2020, de 4% ao ano.

Tornar as cidades mais competitivas do ponto de vista turístico implica investimento. De quem?Implica investimento em estreita colaboração e coordenação dos sectores público e privado, procurando-se ter uma visão de médio/longo prazo norteada por objectivos claros. Numa altura em que os recursos são escassos, importa aplicá-los onde o retorno seja maior e mais sustentável a prazo.

Acredito que existe uma sinergia muito forte entre o turismo sustentável das cidades e as novas formas de governação das cidades. É importante ter cidades organizadas para que todas as componentes funcionem tornando-as mais produtivas e competitivas, gerando riqueza.