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Presidente Ramalho Eanes a combater o fogo. Outros tempos, em que Portugal era realmente Portugal e não uma República das Bananas...
Carta aberta ao Sr Primeiro Ministro
Caro Sr Primeiro Ministro
Nunca pensei escrever uma carta destas, mas a revolta e principalmente a sensação de impotência que sinto é tão grande que espero que chegue até si!
Moro em Aguiar da Beira, terra que me viu nascer e crescer. Estudei no Porto e sempre quis voltar e morar na minha terra. Na minha linda terra com serra, ar puro, as melhores maças, castanhas e miscaros; e um céu lindo onde as estrelas cintilam de uma forma única. A minha terra é a única a nível europeu que têm uma tríade de monumentos na mesma praça. Sabia?
Era nessa praça que em tempos áureos o Sr seria julgado juntamente com a sua equipa de gente engravatada que só se importa com o próprio umbigo. E provavelmente seria condenado a uma morte violenta. Já não estamos nesses tempos, mas nestes que vivemos, a morte violenta tem sido a nossa. Daqueles que nada fizeram para merecer, a não ser escolherem morar no interior. Parece que hoje em dia,para o governo, isso é um crime que merece ser punido.
Porque fomos completamente abandonados.
A nossa serra arde, os nossos concelhos vizinhos arderam e estão a arder, a extensão de área ardida doi na alma de todos os que vivem aqui.
Perdemos casas, empresas, produções agrícolas, estamos a viver o inferno. Sem meios suficientes, sem dormir, em pânico por ver as lutas de uma vida a serem consumidas, a temer pela própria vida e dos nossos.
E o senhor? Supostamente a exercer o cargo de " tomar conta da nação " , de notar que foi de livre e espontânea vontade e da vontade da percentagem que o escolheu. Simplesmente enfiou a cabeça na areia das suas férias... foi para a sua festa e comeu e bebeu. Brindou... 2x até com aquele senhor que também deveria tomar conta do país, também ele escolheu de livre e espontânea vontade e pela vontade da % que votou nele.
Para nós aqui em casa a proteger os nossos filhos e idosos,(a ter o pai, marido e cunhado) a defender o que construiram sem um único bombeiro por perto, sem nenhuma ajuda a não ser a de Deus. Com chamas que eram o triplo do seu tamanho, a sentirmo-nos culpadas por não estarmos na frente a ajudar os que precisam . Para nós parecia que estavam a brindar à nossa desgraça, às nossas lágrimas, aos nossos medos!
Pedir ajuda internacional... não há motivo para isso!!!
Não houve porque não era a sua vida em risco, porque não eram as suas coisas
porque nunca se viu na noite escura a sair de casa para ajudar uma amiga ( cujo filho não conseguia dormir por medo do fogo) e ver nos olhos dela o desespero de quem vê o fogo a avançar para sua casa e de se separar do filho porque nunca se sabe!
Porque não foi a sua empresa que ardeu,
porque não foi o senhor a ter que fugir da sua aldeia sem saber o que iria encontrar quando voltasse.
Porque não foram os seus animais que arderam ou não têm o que comer,
Não foi o senhor que chegou a um estado de exaustão por calor, fumo e cansaço.
Nunca viu isso, nunca foi consigo e com os seus engravatados e por isso não quer saber, a ajuda não é precisa.
Boas férias... nós que lhe pagamos o ordenado vamos tentar recuperar do inferno.
Não lhe digo que quero a sua demissão, queria verdadeiramente que deixasse de ser politico, que deixasse de ser português. Porque um líder político que não defende o seu Portugal não merece ser Português. O sr e todos os políticos que fazem sempre os mesmos erros...todos! Todos preocupados com tachos!
Ah e livre-se de aparecer agora para ver o que ainda arde e o que está ardido. A última coisa que queremos é ter de lhe estender a passadeira vermelha. A população, os bombeiros e gnr precisam de conseguir terminar a luta e de descansar.
Vamos ver quando conseguiremos. Pelo andar da carruagem vai ser quando acabarem as suas férias só para não incomodar.
FB, Andreia Ribeiro
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