Apelidado de “petróleo branco”, o lítio é extraído do solo de um pequeno número de países produtores, incluindo Portugal, com uma procura mundial cada vez maior. Pode ser usado desde baterias elétricas a medicamentos.
Cada vez mais procurado, o lítio é um metal essencial das baterias elétricas e carrega consigo a promessa de liderar a transição energética, daí o seu cognome de “petróleo branco”. É extraído num pequeno número de países produtores, um dos quais Portugal e pode ser usado desde baterias a medicamentos.
A procura tem aumentado cada vez mais, fazendo os preços subirem. A Agência Internacional de Energia (AIE) estima que a produção deste metal terá de ser aumentada 40 vezes até 2040 para satisfazer as necessidades da mobilidade elétrica.
O que é o lítio?
O lítio é um metal alcalino muito leve e flexível, de cor cinza prateado. Na tabela periódica dos elementos, o lítio é o elemento químico com o número atómico 3 e símbolo Li.
Em que utilizamos o lítio?
Este metal é essencial para baterias elétricas, utilizadas desde a década de 1970, quando foi criada a primeira bateria de lítio.
Foi em 1985 que um exemplar se tornou viável o suficiente para ser comercializado. Começou por ser usado em baterias de câmaras de filmar, depois em baterias de telemóveis, computadores portáteis. Mais recentemente, o lítio é essencial nas baterias dos automóveis elétricos, cujo número continua a aumentar. Estes serão os únicos veículos novos que poderão ser vendidos na União Europeia a partir de 2035.
Outras utilizações do lítio além das baterias
O lítio também é utilizado em vidro e cerâmica (principalmente no polimento de porcelana) ou para determinadas formas de soldagem.
Na área da saúde, há muito tempo é utilizado como estabilizador de humor no tratamento de transtornos bipolares.
Quais são as propriedades do lítio?
O lítio armazena eletricidade muito melhor do que todos os outros materiais. Para que uma bateria carregue e descarregue, deve haver uma reação eletroquímica no seu interior e o lítio permite a captura e libertação de eletrões durante essa reação.
O facto de o lítio ser macio e muito leve, aliado ao seu potencial eletroquímico, também possibilita o fabrico de baterias leves e compactas, capazes de armazenar grande quantidade de energia.
Como é extraído o lítio?
O lítio é extraído de rochas, argila ou salmoura. Depois é recuperado e refinado numa fábrica através de tratamentos químicos. Esse processo possibilita a obtenção de carbonato de lítio, que será adquirido e utilizado pelos fabricantes.
Existem duas técnicas para extrair lítio:
- A primeira diz respeito ao lítio na rocha, como é principalmente o caso na Austrália. O lítio é extraído concentrado e calcinado.
- A outra técnica é a extração de salmoura, como é feito na América do Sul. A solução salina aquosa dá acesso direto ao metal, nomeadamente através da evaporação.
Onde há maiores reservas de lítio?
O triângulo do lítio está localizado na América do Sul: Argentina, Chile e Bolívia – este país possui reservas gigantescas, ainda pouco exploradas.
A Austrália é o maior produtor mundial de lítio – o país é responsável por metade da extração. Segue-se o Chile, que representa um quarto da extração, depois a China (16%) e a Argentina (7%).
Onde há lítio em Portugal?
Com mais de 60.000 toneladas métricas de reservas conhecidas de lítio, Portugal é o maior produtor de lítio da Europa e o 7.º maior produtor do mundo.
O metal é extraído de minas em associação com quartzo e feldspato.
As explorações situam-se em: serra de Arga, Barroso-Alvão, Seixoso-Vieiros, Almendra-Barca de Alva, Massueime, Guarda (Seixo Amarelo-Gonçalo, Sabugal, Bendada e Mangualde), Argemela e Segura.
Há novas concessões de exploração de lítio nas minas do Romano (Montalegre) e do Barroso (Boticas, também no distrito de Vila Real) que têm gerado polémica.
A Lusorecursos tenciona iniciar a exploração mineira em Montalegre em 2027. A britânica Savannah Resources é a promotora do projeto de lítio de Boticas. O objetivo da empresa é iniciar a produção em 2026, produzindo lítio suficiente para meio milhão de baterias de veículos por ano.
Os projetos têm enfrentado forte oposição dos residentes e dos ambientalistas. Dizem que falta transparência aos processos e que há questões sociais e ambientais que não são tidas em conta.
https://sicnoticias.pt/pais/2023-11-08
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