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quarta-feira, 6 de abril de 2011

Qando as cidades assassinam a água

Celebração

Quando as cidades assassinam a água

22 | 03 | 2011   10.39H Destak
A cada segundo a população das cidades cresce em duas pessoas, e a tendência é para continuar a aumentar, particularmente nos países em desenvolvimento. A qualidade das infra-estruturas sanitárias e de abastecimento de água não acompanha este ritmo, alertam as Nações Unidas no Dia Mundial da Água. O apelo é de mudança. Para ontem!
Isabel Stilwell | editorial@destak.pt
Estamos tão habituados a vê-la correr pelas torneiras que nem lhe passamos cartão. Lá vamos ouvindo dizer que a água é um bem escasso e que um dia podemos ficar sem água potável, mas entra-nos por um ouvido e sai pelo outro, convencidos que estamos de que isso é coisa para daqui a centenas de anos, e nunca chegará a afectar-nos directamente. Reagimos de forma parecida quando nos lembram a situação dos países 'em desenvolvimento', porque quando se trata de 'civilização' já não queremos cá estar na cauda da Europa, quanto mais do mundo.
E se calhar até podíamos levar o nosso olhar para o umbigo mais longe, se não fosse o pequeno detalhe de que o planeta Terra é só um, e os rios e os mares não conhecem fronteiras, já para não falar nos lençóis subter-râneos. Ou seja, não, não é indiferente o que se passa nem aqui ao lado, nem do outro lado do planeta.
O desafio das grandes cidades
O crescimento das cidades, e estamos a falar de mais cinco milhões de residentes que se juntam à população urbana nos países em desenvolvimento, a cada mês, vieram trazer novos desafios. Em todas as áreas, mas na da água sobretudo, ou não fosse essencial para a vida. Hoje um em cada dois habitantes do planeta Terra vive numa cidade, e o que é muito pior num bairro de lata, onde viverão cerca de 27 milhões de pessoas até 2020.
Contudo, as infra-estruturas, nomeadamente as canalizações e os esgotos, não têm nem crescido nem conhecido um aperfeiçoamento equivalente, o que significa que a gestão dos recursos hídricos deixa mais do que muito a desejar. A forma como o lixo e os dejectos são depositados, contaminam não só a água potável que resta, como ainda são um foco de doença e uma ameaça para o meio ambiente.
Contudo, neste dia, as Nações Unidas recordam que as cidades também são uma oportunidade de aumentar a reciclagem e reutilização da água, de tratar os lixos e de educar para um uso mais inteligente de um bem essencial. O impacto das mudanças climáticas é outro ponto da agenda deste dia, nomeadamente pela migração das zonas afectadas para os centros urbanos. Ou seja, precisamos de começar a mudar. Hoje.
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Três gestos para poupar água em casa
• Fiscalize as suas torneirasUma torneira a pingar durante 24 horas, de 5 em 5 segundos, perde três litros de água, igual a 1000 litros por ano.
• Feche a água
Enquanto lava os dentes ou se ensaboa feche a torneira. O caudal é de 11 a 19 litros por minuto. Vale a pena poupar.
• Regue com água da chuvaApanhe a água da chuva e use-a para regar as suas plantas. Ou a que sobra na panela depois de cozer hortaliça.
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Sabia que...
Soluções à vistaA boa notícia, garantem as Nações Unidas, é que já há soluções para os problemas. Mas para isso é essencial que os políticos do mundo inteiro coloquem o assunto nas agendas nacionais e internacionais.
Cérebro a água Se o acusarem de meter água, sinta-se orgulhoso: é que 85% do cérebro é composto de água, e no nosso corpo a água cor-responde a 70% do nosso peso. Sem ela deixávamos de funcionar.
Beber 1 litro por diaPrecisamos de água para fornecer electrólitos, distribuir nutrientes pelo corpo, controlar a temperatura, eliminar toxinas, e por aí adiante. Por isso beba, antes mesmo de sentir sede, que é já um sinal de alarme.

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