O que diz a proposta do ME: num agrupamento/escola, num grupo disciplinar existem 3 professores de quadro, o último da lista tem apenas 10 horas letivas, como tal terá que deslocar-se para outro agrupamento/escola para cumprir as restantes horas letivas. O que significará para o professor trabalhar em 2 contextos, 2 culturas de escola diferentes, com deslocações, o dobro de reuniões e um horário provavelmente dilacerado?
E para a direção dos agrupamentos? Será que já perceberam o que por aí vem? Primeiro têm que colocar os colegas de todos os grupos disciplinares com insuficiência de horas letivas numa "bolsa" para que sejam partilhados por todos os agrupamentos das tais zonas geográficas, o conselho de diretores terá depois que apurar as necessidades de todas as escolas e distribuir os professores desta bolsa por essas escolas e depois articular horários letivos dos professores "partilhados" que sejam legais e que permitam o tempo das deslocações, almoço, tempo de escola e afins. Querem mesmo que isto vos caia nas mãos?
E para a escola o que significa? O crédito horário quase essencial destes colegas com insuficiência vai ao ar (apoios, coadjuvações,...); professores-bombeiros a correr de escola para escola não têm tempo para se integrar sequer, quanto mais para projetos e atividades; com um bocadinho de sorte nem sabem o que está a acontecer e quando.
Ainda acham que a estabilidade dos professores foi o motor destas propostas? O modus operandi é sempre o mesmo: há um problema para resolver - neste caso a falta de professores - criam uma manobra de diversão na qual acabam com o vínculo ao agrupamento ou escola e transformam os professores em operários e as escolas em hiper-mega-agrupamentos.
Senhores diretores, cuidado, quando tal também acham que um só Diretor Executivo chega para gerir vários agrupamentos! (Carla Silva)
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