Mundo da Informação

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Um sonho, 12 montanhas. Menino de 6 anos 'escala' para a caridade

https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2154805/um-sonho-12-montanhas-menino-de-6-anos-escala-para-a-caridade 

Tribunal francês ordena remoção de estátua da Virgem Maria

https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2154506/tribunal-frances-ordena-remocao-de-estatua-da-virgem-maria 

Soldado russo morto a tiro após desertar de base militar

https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2155130/soldado-russo-morto-a-tiro-apos-desertar-de-base-militar 

Talibãs 'acabam' com manequins femininos. Imagens são aflitivas

https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2156567/talibas-acabam-com-manequins-femininos-imagens-de-cortar-respiracao 

Loucura na Arábia. Houve quem pagasse muitos milhões para ver CR7 e Messi

https://www.noticiasaominuto.com/desporto/2155401/loucura-na-arabia-ha-quem-pague-muitos-milhoes-para-ver-ronaldo-e-messi?utm_source=notification&utm_medium=push&utm_campaign=2155401 

Escola atual em Portugal e o que pretendem fazer com os novos Quadros de Zona

 O que diz a proposta do ME: num agrupamento/escola, num grupo disciplinar existem 3 professores de quadro, o último da lista tem apenas 10 horas letivas, como tal terá que deslocar-se para outro agrupamento/escola para cumprir as restantes horas letivas. O que significará para o professor trabalhar em 2 contextos, 2 culturas de escola diferentes, com deslocações, o dobro de reuniões e um horário provavelmente dilacerado?

E para a direção dos agrupamentos? Será que já perceberam o que por aí vem? Primeiro têm que colocar os colegas de todos os grupos disciplinares com insuficiência de horas letivas numa "bolsa" para que sejam partilhados por todos os agrupamentos das tais zonas geográficas, o conselho de diretores terá depois que apurar as necessidades de todas as escolas e distribuir os professores desta bolsa por essas escolas e depois articular horários letivos dos professores "partilhados" que sejam legais e que permitam o tempo das deslocações, almoço, tempo de escola e afins. Querem mesmo que isto vos caia nas mãos?
E para a escola o que significa? O crédito horário quase essencial destes colegas com insuficiência vai ao ar (apoios, coadjuvações,...); professores-bombeiros a correr de escola para escola não têm tempo para se integrar sequer, quanto mais para projetos e atividades; com um bocadinho de sorte nem sabem o que está a acontecer e quando.
Ainda acham que a estabilidade dos professores foi o motor destas propostas? O modus operandi é sempre o mesmo: há um problema para resolver - neste caso a falta de professores - criam uma manobra de diversão na qual acabam com o vínculo ao agrupamento ou escola e transformam os professores em operários e as escolas em hiper-mega-agrupamentos.
Senhores diretores, cuidado, quando tal também acham que um só Diretor Executivo chega para gerir vários agrupamentos! (Carla Silva)
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domingo, 15 de janeiro de 2023

QUOTIDIANO DOCENTE

 QUOTIDIANO DOCENTE

Os professores têm tolerância de 10 minutos ao primeiro tempo da manhã. Findo esse período levam falta mesmo que cumpram o tempo restante. E têm de assinar ponto de aula a aula.
Andam na escola a correr, vão à casa de banho antecipadamente nos dez minutos de intervalo (porque depois não podem ir) e comem quando não têm fome (porque é a única altura em que é possível).
Vão para a escola carregados de materiais que trazem de casa para os alunos. E saem carregados da escola com materiais dos alunos para corrigir ao serão e nos fins-de-semana.
Têm reuniões extensas ao final da tarde e nas interrupções lectivas (cada vez menores) podem ser chamados a qualquer serviço presencial. Geralmente estão nessa altura a tentar organizar os milhares de documentos e papeladas que fazem parte do seu dia-a-dia.
Os professores atendem Encarregados de Educação mesmo fora das horas estipuladas porque são humanos e querem facilitar-lhes a vida. Muitas vezes disponibizam-lhes o seu número de telefone pessoal (não, não temos telemóveis de serviço) para poderem conseguir uma comunicação mais atempada, a bem dos seus alunos.
Os professores dão aulas e prestam outros serviços e cargos pedagógicos em várias escolas dos seus Agrupamentos (agora pretendiam alargar estas idas e vindas a várias escolas de vários Agrupamentos...). Nestes percursos utilizam os seus transportes e não têm quaisquer ajudas de custo para o efeito.
Os professores vivem anos, décadas num ambiente de ruído intensíssimo. Desgastam a voz e estão sujeitos permanentemente a situações de stress profundo. Sofrem doenças que seriam nitidamente de carácter profissional mas isso nunca foi reconhecido, ao contrário de outras.
Os professores são muitas vezes desrespeitados no seu local de trabalho e têm uma carreira à qual sucessivas tutelas e governos foram retirando dignidade e injectando tarefas que não são suas.
Os professores vivem mergulhados num oceano de burocracia que não lhes deixa tempo para trabalhar com os alunos de um modo sereno e mais conseguido. Por vezes tiram dias das suas férias para trabalhar para a escola e conseguir cumprir prazos burocráticos. Porque de outro modo era humanamente impossível.
Os professores ficam sem equipas de trabalho e pede-se-lhes que, sozinhos, cumpram o trabalho de 3 ou 4. Sofrem burnouts gravíssimos de que ninguém quer saber.
Os professores são acusados de terem muitas férias, mas têm exactamente as mesmas que os outros profissionais. A sua profissão tem características específicas que implicam paragens lectivas. Mas isto não são férias. Os professores têm mais trabalho para fazer sem ser as aulas. Não perceber isto é não perceber nada de nada.
Os professores passam ondas de calor e frio extremo nas suas salas despidas de qualquer conforto básico. Se quiserem têm de levar consigo pequenas fontes de calor ou ventoinhas, isto se o contador elétrico aguentar ( e a net também, já agora...) porque sabemos bem que raramente suporta todos os computadores ligados em simultâneo. Durante a pandemia chegaram a lecionar enrolados em mantas com janelas e portas abertas a ventilar nas madrugadas de Janeiro.
Há profissões ditas de desgaste rápido em que vemos os profissionais bem menos desgastados e a reformar-se fresquinhos e airosos. Até veem televisão enquanto se "desgastam"...
Não somos nós. Que assim que entramos numa aula nem conseguimos quase respirar durante 90 minutos.
Havia muito mais a dizer. Mas há por aí quem fique cego com a "partidarite" e a "umbiguite" e não tenha a hombridade de reconhecer seja o que for a mais ninguém.
Fartinha, fartinhos, disto tudo!
Paula Coelho Pais
Lisboa, 13 de Janeiro de 2023

Quando questionado se era professor, na sua sabedoria quase secular respondeu: "- Não, fui aluno!"


 Porque uma imagem vale mais que mil palavras e traduz a luta e a indignação de milhares e milhares de professores.

A minha gratidão a este ancião de 95 anos que carrega uma sabedoria infinita.
Quando questionado se era professor, na sua sabedoria quase secular respondeu:
"- Não, fui aluno!"
Um muito obrigado a este ser maravilhoso por este gesto tão simples mas carregado de um simbolismo colossal!