Diante da vastidão do tempo e da imensidão do universo, é um imenso prazer para mim dividir um planeta e uma época com você. Carl Sagan
segunda-feira, 29 de julho de 2024
domingo, 28 de julho de 2024
sábado, 27 de julho de 2024
Estamos a formar alunos para a delinquência?
Para a delinquência sim, no sentido em que crescem a achar
(acreditar) que têm direito a tudo sem qualquer esforço, porque as
consequências para comportamentos inaceitáveis em sociedade chegam tarde e
ficam muito aquém do justo, quando chegam a acontecer, as atitudes inaceitáveis
são frequentemente toleradas e ignoradas para evitar um monte de burocracia
inútil, pois as queixas são superiormente desvalorizadas e as medidas
disciplinares mais duras são vetadas, manietando as próprias direções das
escolas, procura-se todo o tipo de pormenores para descredibilizar os processos
disciplinares levantados contra os alunos. Os pais e os alunos não são
responsabilizados pelo vandalismo dos bens públicos, quando cadeiras e mesas
são destruídas, paredes são riscadas com obscenidades, pessoal docente e
não-docente é insultado, ameaçado ou vê os seus bens roubados ou vandalizados,
como acontece com as viaturas particulares. Por isso sim, não diria a escola,
mas a sociedade, está a criar delinquentes. E a patrocinar financeiramente todo
esse processo com os impostos de quem cumpre com todas as regras e obrigações.
Não, não sou apoiante do Chega nem nunca serei. Mas esta é a verdade e urge
mudar o estado das coisas, se queremos reverter este processo enquanto é tempo.
E, na escola, há muito que o ênfase devia ser dado aos bons alunos e não
esgotar todos os recursos e verbas a tentar "forçar círculos a encaixar em
quadrados". Quem se recusa a estudar para aprender o currículo regular,
deveria ter a oportunidade de aprender uma profissão, mas sem a carga teórica
dos atuais CEF, que são um hibridismo pouco útil, apenas vão empurrando os
alunos para o ano de escolaridade seguinte, sem o travão dos exames do 9o ano,
mas verdadeiros cursos profissionalizantes, que permitissem aos alunos aprender
com rigor uma profissão, através da prática, através de horas de estágio
supervisionadas em todos os anos e de horas de formação técnica ministradas por
quem domina o assunto, e não por professores pau-para-toda-a-colher. Se há
falta de professores e se a solução vai passar por recrutar professores na
sociedade civil sem formação pedagógica, então era neste sentido que se deveria
caminhar. Em sociedade faz tanta falta um canalizador como um dentista. E
convenhamos que, se formos comparar vencimentos à hora, em Portugal, não faltam
exemplos de como não compensa ir para a faculdade (em muitos cursos). Por
isso... esta é a minha honesta opinião.