Será difícil imaginar como será a vida dentro de 10 anos, especialmente depois de a pandemia ter demonstrado como os planos podem ter de ser alterados e como as previsões podem estar completamente erradas. No entanto, este é um exercício importante para tentar, precisamente, antever alguns cenários e possíveis desafios.
Num artigo publicado na Fortune, Amesh Adalja, do Johns Hopkins Center for Health Security, explica que o novo coronavírus (SARS-CoV-2) continuará a fazer parte da sociedade, como uma espécie de convidado não solicitado. No entanto, será que terá uma presença tão forte como acontece hoje? Dentro de 10 anos, o vírus deverá manter-se em circulação lado a lado com os quatros grandes coronavírus, provocando doença ligeira ou moderada, especialmente no inverno.
Segundo o mesmo cientista, é raro conseguir erradicar por completo um patógeno da superfície da Terra: até ao momento, este feito foi alcançado apenas em relação à varíola e à peste bovina.
No caso do SARS-CoV-2, porém, não deverá ser esse o caso. Ainda assim, muito antes da próxima década, os cientistas esperam que a Covid-19 deixe de estar no centro de uma crise de saúde pública, a nível mundial. A vacinação será a principal responsável por esta mudança, especialmente se for dada prioridade a grupos de risco.
Comparando com os outros coronavírus que já circulam pelo planeta há mais tempo, estima-se que o SARS-CoV-2 resultará num máximo de dezenas de milhares de mortes nos Estados Unidos da América, por exemplo, no espaço de um ano – assim que a pandemia estiver controlada. Também neste país, apenas cerca de uma centena de milhar de pessoas serão hospitalizadas, com especial incidência nos meses de maior frio.
Números como estes não deverão representar um problema para os hospitais, que terão capacidade para lidar com os casos mais graves de Covid-19 sem risco de sobrecarga. Tal como acontece com outras doenças ou com a gripe mais tradicional.
Por outro lado, serão mais comuns as infeções junto de quem já está vacinado, bem como a possibilidade de reinfeção, uma vez que a imunidade começará a desvanecer com o avançar do tempo. No entanto, a reinfeção deverá provocar sintomas menos severos.
Dentro de 10 anos, prevê-se também que a vacina contra a Covid-19 tenha passado por um processo de melhoria, tornando-se mais potente e com menos probabilidades de reações adversas. Também deverá passar a fazer parte do calendário de vacinas das crianças.
No campo dos tratamentos, Amesh Adalja sugere que os medicamentos antivirais passarão a estar disponíveis de forma mais abrangente, mitigando sintomas, o nível de contágio e possíveis complicações.
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