Mundo da Informação

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Um rapaz dá cem dólares para um mendigo. O que ele faz com o dinheiro va...

Três estudantes alemães surpreendem um sem abrigo

Homeless...(Sem Abrigo)

Globalização e suas consequencias

Exclusão Social

A Pobreza e a Exclusão Social

Portugal tem três regiões entre as mais pobres da Europa
21 Março 2013, 11:37 por Nuno Carregueiro | nc@negocios.pt
Dados do Eurostat, referentes a 2010, mostram que o Norte é a região mais pobre de Portugal, com um PIB per capita, ajustado às paridades de poder de compra, que se situa 35% abaixo da média da União Europeia. Os Açores saíram do grupo.
O Eurostat, gabinete de estatística da União Europeia, publicou hoje o estudo sobre o PIB das regiões dos países europeus, indicando que em 2010 Portugal passou a ter três regiões entre as mais pobres, quando no ano anterior tinha quatro.

Esta redução do número de regiões deve-se à subida do PIB per capita dos Açores, que passou de 73,2 em 2009 para 75 em 2010. Este valor indica que a riqueza por habitante, ajustada ao poder de compra, se situa 25% abaixo da média da União Europeia.

Este nível de 75 é precisamente o que o Eurostat utiliza para definir as regiões mais pobres da União Europeia, quantificando em 68 as regiões da UE que apresentam um PIB per capita, ajustado às paridades de poder de compra, abaixo de 75.

Portugal apresenta três regiões nestas condições, sendo que o Norte continua a ser a região mais pobre de Portugal. O PIB per capital de 2010 situou-se em 65, ainda assim uma melhoria face aos 62,8 de 2009.

As outras duas regiões portuguesas com um registo abaixo de 75 são o centro (PIB per capita subiu de 65,3 para 67) e o Alentejo (PIB per capita melhorou de 72,3 para 74).

Na região de Lisboa o PIB per capita melhorou, passando de 110,7 para 112 (12% acima da média europeia). Em 2010 a riqueza por habitante em Portugal era de 80 (20% abaixo da média europeia), acima do registo de 2009 (78,9).

Portugal surge ao lado de França e da Eslováquia com três regiões no grupo das mais pobres (PIB per capita abaixo de 75). Na Polónia são 15, na República Checa, Grécia e Roménia são sete, na Hungria seis e em Itália e Bulgária cinco.

No topo oposto, são 41 as regiões de países europeus que apresentam um nível de riqueza 25% acima da média. Oito estão na Alemanha, cinco na Holanda e Áustria, quatro na Bélgica e três na Espanha, Itália e Reino Unido.

A região europeia mais rica da europa é o centro de Londres, com um PIB per capita 328% acima da média, seguindo-se o Luxemburgo, com 266%, e Bruxelas com 223%. Já a mais pobre é a região de Severozapaden, na Bulgária, com um PIB per capital que representa 26% da média.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Risco de pobreza em Portugal no nível mais elevado desde 2005

Quase dois milhões de pessoas em risco de pobreza. Dados provisórios do INE revelam subida entre famílias com crianças a cargo, desempregados e menores de 18 anos.
ADRIANO MIRANDA
A taxa de risco de pobreza em Portugal aumentou em 2012 para 18,7%, ou seja, afectava quase dois milhões de portugueses, indicam dados provisórios sobre o rendimento e condições de vida do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelados nesta segunda-feira. Esta é a taxa mais elevada desde 2005, ano em que o risco de pobreza atingia 19% da população portuguesa. Os menores de 18 anos, as famílias com filhos a seu cargo e os desempregados são os mais afectados.
Em 2012, as pessoas que se encontravam no limiar do risco de pobreza viviam com uma média de 4904 euros anuais, ou seja, pouco mais de 400 euros mês. Estes valores representam uma quebra relativamente aos valores de 2011, 4994 e 416 respectivamente.
A taxa de risco de pobreza para as famílias com crianças dependentes subiu para 22,2%, contra os 20,5% de 2011. A maior incidência revelou-se nas famílias monoparentais com um filho a cargo (33,6%) e nas famílias constituídas por dois adultos e três ou mais crianças (40,4%) e por três ou mais adultos com menores (23,7%).
Ainda entre os casos que envolvem menores, o INE indica que as crianças com menos de 18 anos representam a maior fatia, quando se fala da taxa  de risco de pobreza segundo o sexo e o grupo etário (24,4%). Segue-se a população residente em Portugal com idades entre os 18 e 64 anos (18,4%) e os idosos (14,7%). Quando comparados com 2011, estes valores revelam aumentos nos dois primeiros grupos (21,7% e 16,9% respectivamente). Pelo contrário, a taxa de risco de pobreza entre os idosos sofreu uma diminuição em relação aos 14,7% que se verificavam há três anos.
Depois dos menores e das famílias com filhos, os desempregados estão entre os que mais arriscavam uma situação de pobreza há dois anos. Segundo o INE, os desempregados encontravam-se no topo da tabela (40,2%) – 43,2% homens e 37,2% mulheres –, à semelhança de 2011 (38,3%), seguidos dos reformados, que em 2012 representavam 12,8%, menos que 3 pontos percentuais que os 15,8% do ano anterior. Entre a população que se encontrava empregada houve uma subida entre os dois anos, de 9,8% para 10,5%.
Impacto das transferências sociais no risco de pobreza diminuiu
O impacto das transferências sociais, excluindo pensões, no risco de pobreza em 2012 decresceu. Em 2011, quando contabilizados os rendimentos do trabalho e transferências privadas, 45,4% da população estava em risco de pobreza, percentagem que sobe em 2012 para 46,9%. Quando consideradas também as pensões de reforma e sobrevivência, entre os dois anos houve uma ligeira subida de 25,2% (2011) para 25,6% (2012). Se tivermos ainda em conta o contributo dos subsídios de doença, incapacidade, desemprego e inclusão social, a taxa é inferior a 2011, descendo 6,8 pontos percentuais, para 18,7%.
Os dados provisórios do INE revelam o agravamento da falta de recursos da população em risco de pobreza. Em 2011, a taxa de intensidade da pobreza foi de 24,1%, menos 3,3 pontos percentuais do que os 27,3% de 2012.
A medição da desigualdade na distribuição dos rendimentos entre a população residente em Portugal registou um pequeno encurtamento na distância entre os mais ricos e os mais pobres. Se em 2011 o coeficiente se situava em 34,5%, um ano depois desceu ligeiramente, para 34,2%. “Ao contrário, a assimetria na distribuição dos rendimentos entre os grupos da população com maiores e menores recursos manteve a tendência de crescimento verificada nos últimos anos”, escreve o INE no seu relatório.
10,9% da população em privação material severa
Quanto aos indicadores de privação material, o INE avança já com dados de 2013. No ano passado, 25,5% dos residentes em Portugal viviam em privação material, mais 3,7 pontos percentuais do que em 2012 (21,8%), enquanto 10,9% da população estava em privação material severa, ou seja, existiam famílias sem acesso a quatro ou mais itens  – por exemplo, 59,8% das pessoas não tiveram capacidade para pagar uma semana de férias por ano fora de casa, ou 43,2% não conseguiam pagar de imediato uma despesa inesperada, sem recorrer a um empréstimo.
Outro dos factores que pesam na vida dos que residem em território nacional é a despesa com habitação. Em 2013, esse gasto ocupava mais de 40% do rendimento disponível dos agregados familiares. No ano passado, 8,2% da população vivia em situação de sobrecarga das despesas de habitação, ligeiramente menos que em 2012 (8,3%).
Ainda no ano passado, 11,4% das pessoas viviam com insuficiência de espaço habitacional, enquanto 5,7% viviam em condições severas de privação de habitação.

Pobreza em Portugal e em alguns países da UE

http://www.pordata.pt/Europa/Taxa+de+risco+de+pobreza+antes+e+ap%C3%B3s+transfer%C3%AAncias+sociais-1940

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

ONU alerta: Mais de 840 milhões de pessoas estão cronicamente subnutridas

Obesidade a aumentar

Obesidade quadruplica em países em desenvolvimento, diz relatório

  • 3 janeiro 2014
Foto: PA
Image captionObesidade em países em desenvolvimento quadruplicou
O número de adultos acima do peso ideal ou obesos nos países em desenvolvimento quase quadruplicou desde 1980, diz um relatório divulgado hoje na Grã Bretanha.
De acordo com o estudo, quase um bilhão de pessoas vivendo nesses países - nações como China, Índia, Indonésia, Egito e Brasil - estão acima do peso.
O relatório prevê um "enorme aumento" em casos de ataques cardíacos, derrames e diabetes à medida que os hábitos alimentares no mundo em desenvolvimento se aproximam dos padrões de países desenvolvidos, com mais consumo de açúcar, gordura animal e alimentos industrializados na dieta.
O estudo, feito pelo Overseas Development Institute, um dos principais centros de estudo sobre desenvolvimento internacional da Grã-Bretanha, comparou dados de 1980 com dados de 2008, e verificou que na América Latina, por exemplo, o percentual de pessoas acima do peso recomendado era de 30% em 1980 e de quase 60% 18 anos depois.

Obesidade globalizada

Globalmente, o percentual de adultos que apresentavam sobrepeso ou obesidade - que têm um Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 25 - cresceu de 23% para 34% entre 1980 e 2008. Em números absolutos, isso representa um crescimento de 250 milhões de pessoas em 1980 para 904 milhões em 2008.
A maior parte deste aumento foi visto no mundo em desenvolvimento, especialmente nos países onde os rendimentos da população cresceram, como o Egito e México.
O relatório do ODI diz que a composição das dietas nestes países mudou de cereais e grãos para o consumo de mais gorduras, açúcar, óleos e produtos de origem animal.
Foto: BBC
Image captionDieta de países emergentes se aproximou da de desenvolvidos, com maior consumo de açúcar
Isso se compara a 557 milhões em países de alta renda. No mesmo período, a população mundial quase dobrou.
Ao mesmo tempo, no entanto, a subnutrição é ainda reconhecida como um problema para centenas de milhões de pessoas no mundo em desenvolvimento, particularmente as crianças.
As regiões do Norte da África, Oriente Médio e América Latina apresentaram grandes aumentos nas taxas de sobrepeso e obesidade, para cerca de 58% da população geral, um nível em pé de igualdade com a Europa.
Enquanto a América do Norte ainda tem o maior percentual de adultos com excesso de peso, 70%, regiões como a Austrália e sul da América Latina não ficam muito atrás, com 63%.
O maior crescimento em pessoas com sobrepeso ocorreu no sul da Ásia oriental, onde a percentagem triplicou a partir de um ponto de partida mais baixo, de 7%, para 22%.
Entre os países, o relatório descobriu que a taxa de sobrepeso e obesidade quase dobrou na China e no México, e aumentou em um terço na África do Sul desde 1980.
Muitos países do Oriente Médio também registraram um alto percentual de adultos com excesso de peso.

'Publicidade, influências da mídia'

Um dos autores do relatório, Steve Wiggins, apontou para várias razões explicando os aumentos.
"Com renda mais alta, as pessoas têm a possibilidade de escolher o alimento que eles querem. Mudanças no estilo de vida, o aumento da disponibilidade de alimentos processados, publicidade, influências da mídia... tudo isso levou a mudanças na dieta", adverte.
Wiggins vê o fenômeno especialmente em economias emergentes, onde uma maior classe média vive em centros urbanos e faz pouco exercício físico.
O resultado, diz ele, é "uma explosão de sobrepeso e obesidade nos últimos 30 anos", o que poderia levar a sérias implicações para a saúde.
O estudo cita países que conseguiram evitar aumentos da obesidade graças à valorização de dietas tradicionais à base de cereais e vegetais, como Peru e Coreia do Sul.

Cientista diz que dieta de insetos pode resolver crise mundial de alimentos

FOME - Crise Mundial De Alimentos

Alimentação em Portugal

Alimentação

Portugal está entre países desenvolvidos com menor consumo de fast food

As conclusões são da Organização Mundial de Saúde (OMS) que, pela primeira vez, analisa o papel da liberalização dos mercados no consumo de comida rápida
Texto de Lusa • 03/02/2014 - 19:39
Portugal, nos países desenvolvidos, está entre aqueles que apresentam menor obesidade e menor consumo de fast food, segundo um estudo divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que estuda a obesidade, hábitos de consumo e a liberalização comercial de bens alimentares.

Este é o primeiro estudo que investiga o papel da liberalização dos mercados no consumo de comida rápida (fast food) e no aumento do índice de massa corporal (IMC), incluindo pela primeira vez o número de transações da chamada fast food.

"Portugal encontra-se entre os países com menores níveis de consumo de comida rápida e com menor IMC", diz o estudo da OMS, que toma por referência dados de 2008, para os diferentes países, altura em que Portugal apresentou o segundo menor número de "transações 'per capita', entre os países seleccionados neste estudo", segundo o professor Roberto De Vogli, da Universidade da Califórnia (UC Davis), principal autor do relatório.

O estudo analisou os dados de 1999 a 2008, de 25 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), com o objetivo de observar o vínculo entre a obesidade e a liberalização do mercado de bens alimentares.

"O nosso estudo indica que todos os países conheceram um aumento no consumo de comidas rápidas e do IMC [dos seus cidadãos], mas os países que desregularam gradualmente e minimamente as suas economias, conheceram um incremento mais lento do consumo de comida rápida e do IMC", disse à Lusa Roberto De Vogli.

No caso de Portugal, a economia, ao longo deste período, esteve ainda protegida em termos de regulação alimentar, o que minimizou o aumento da obesidade e do consumo de fast food. "Portugal é a quarta economia mais regulada entre os países da OCDE", disse o professor, tendo em conta o período em causa.

Portugal aplicou políticas de mercado mais restritivas, sendo possível estabelecer uma relação com um impacto menor, nos níveis de obesidade, ao contrário de outros países do estudo, dominados por oligopólios alimentares, nos quais as políticas de liberalização, incluem entre outros, menos subsídios agrícolas, menos taxas, menos controlo dos preços e fiscalizações débeis, em termos alimentares.

Roberto De Vogli, em declarações à Lusa, explica, por exemplo, que "Portugal tem um IMC muito inferior aos países anglo-saxónicos, como os Estados Unidos, Canadá e Austrália, com mercados mais desregulados, e onde o consumo de comida rápida e a prevalência da obesidade são superiores". Em Outubro de 2013, o relatório "Portugal: Alimentação Saudável em Números", indicava que 10% da população portuguesa é obesa.

Objetivos do Desenvolvimento Sustentável ODS até 2030

http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_desenvsust/20150819-CGDES-ODS-port.pdf

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Desenvolvimento sustentável até 2030

No seu 70.º aniversário, ONU lança roteiro para o mundo perfeito
25/09/2015 - 07:07
Cimeira das Nações Unidas vai aprovar uma agenda com 17 objetivos e 169 metas de desenvolvimento sustentável até 2030.

Um mundo sem fome nem pobreza extrema. Sem sida, sem malária, sem tuberculose. Com educação básica gratuita para todos. Onde as mulheres não são discriminadas nem agredidas. Onde todos têm acesso a água potável, saneamento e energia moderna. Um mundo com mais renováveis, mais eficiência energética. Com crescimento económico e emprego universal. Em que as cidades e os transportes são verdes. Com mais indústrias e menos poluição. Com os ecossistemas conservados. Em paz e livre da corrupção.
É este o mundo idílico que as Nações Unidas aspiram atingir dentro de apenas 15 anos. Está tudo numa ambiciosa agenda para o planeta até 2030, que será adotada numa cimeira mundial que começa esta sexta-feira em Nova Iorque e que coincide com o 70º aniversário das Nações Unidas. É uma nova e ampla lista de intenções rumo ao desenvolvimento sustentável. Mas há muitos obstáculos para que esta cartilha seja cumprida.
Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável vão substituir os oito Objetivos do Desenvolvimento do Milénio, adotados em 2000 e que expiram este ano, com resultados mistos. Houve inegáveis avanços. A parcela da população mundial que vive com menos de 1,25 dólares (1,11 euros) por dia caiu de 47% para 14%, segundo um balanço feito este ano pela ONU. Nos países em desenvolvimento, a subnutrição diminuiu de 23% para 13%, o número de crianças na escola primária subiu de 83% para 91%, e a população que vive em bairros de lata reduziu-se de 39% para 30%.
Mesmo assim, hoje o mundo ainda tem 800 milhões de pessoas em pobreza extrema, 160 milhões de crianças que passam fome, milhões de mulheres que são discriminadas e quatro vezes mais refugiados do que há apenas cinco anos.
Os novos objetivos da ONU não procuram apenas emendar o que ainda não foi resolvido – como a fome e a pobreza. Vão mais além e tocam em mais domínios da atividade humana e de uma forma mais detalhada. O resultado é um roteiro pós-2015 com 17 objetivos e 169 metas, que vão das energias renováveis às mortes nas estradas, do trabalho infantil à regulação da banca, dos desastres naturais aos subsídios à pesca.
“É ambicioso, quase beirando a utopia, mas realizável”, afirma Pedro Krupenski, presidente da Plataforma Portuguesa das Organizações Não-Governamentais para o Desenvolvimento. “Nunca a agenda do combate à pobreza esteve tão ligada às boas práticas de desenvolvimento sustentável. Esta é a grande novidade”, avalia.
A nova agenda é diferente da anterior noutro aspeto: agora o foco são todos os países, quando antes a atenção estava voltada sobretudo para a melhoria das condições de vida nas nações mais pobres. Temas como a desigualdade de rendimentos, a proteção dos ecossistemas ou a adaptação às alterações climáticas aplicam-se também ao mundo industrializado. Garantir padrões sustentáveis de produção e consumo também. “É um dos grandes desafios para os países desenvolvidos: conseguir produzir com menos recursos”, afirma o secretário de Estado do Ambiente, Paulo Lemos, que vai intervir, domingo, numa das sessões da conferência das Nações Unidas.
Os novos objetivos da ONU são mais um ponto num processo com quatro décadas, desde a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, em 1972, em Estocolmo. O conceito do desenvolvimento sustentável ganhou força na Cimeira da Terra, em 1992, no Rio de Janeiro. Mas duas avaliações realizadas dez e vinte depois concluíram que ainda havia muito a fazer. Foi na segunda avaliação, em 2012, também no Rio de Janeiro, que se lançou formalmente a ideia dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável para o pós-2015.
Em três anos, chegou-se a um consenso, o que contrasta com as negociações para um novo tratado internacional para as alterações climáticas, que se arrastam há uma década. A explicação está sobretudo no formato daquilo que será adotado: uma declaração política, que não obriga os países a cumprir as metas. Esta é uma das fraquezas da iniciativa, segundo Pedro Krupenski. “Falta um elemento mais vinculativo. Deveria ser eventualmente um tratado internacional”, explica. “A verificação vai ficar um bocado ao critério dos mecanismos da sociedade civil”.

O ex-secretário de Estado do Ambiente Carlos Pimenta, que tem acompanhado a questão do desenvolvimento sustentável desde Estocolmo, aponta outro problema. “As instituições que gerem os global commons [bens globais comuns] estão muito enfraquecidas. Nunca foi tão grande a destruição das florestas ou a degradação dos oceanos”, afirma. “Estou pessimista ao nível da governança global”, completa.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Bem estar e Qualidade de vida

Bem estar - É a situação na qual o ser humano vê asseguradas as suas necessidades físicas, inteletuais e espirituais.


Qualidade de vida - Manifesta-se através da maior ou menor autonomia e capacidade de o ser humano adquirir os bens e serviços que lhe são indispensáveis.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

IDH - Indicadores

Desenvolvido pelo economista paquistanês Mahbud Ul Haq, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é utilizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento desde o ano de 1993; este índice utiliza certos critérios de avaliação (renda, longevidade e educação) para medir o desenvolvimento humano em 177 países, podendo ser utilizado também, observando-se as modificações para adequá-lo a núcleos sociais menores.
O IDH varia de 0 a 1, sendo considerados de baixo desenvolvimento os países que atingem menos de 0,499 pontos, de médio desenvolvimento os que possuem notas de 0,500 até 0,799, e de alto desenvolvimento os países que atingem pontuação superior a 0,800.
No critério educação, considera-se a taxa de alfabetização e a taxa de matrícula; no critério longevidade considera-se a expectativa de vida ao nascer; e no critério renda considera-se o PIB per capita (PIB total dividido pelo número de habitantes do país) medido em dólares.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Opinião

A racionalidade económica e o problema dos refugiados

Usar a racionalidade económica para o problema dos refugiados tem de ser convincente, não apenas na aparência da ideia, mas na sua substância.
1. Não há quaisquer dúvidas de que nem a Convenção de Genebra de 1951 relativa ao estatuto dos refugiados, nem o Protocolo Adicional à Convenção de 1967, não foram feitos a pensar no possível valor económico dos refugiados. O seu objectivo assumido é proteger Direitos Humanos.
No preâmbulo da Convenção de Genebra de 1951 há uma referência explícita àqueles que “receando, com razão serem perseguidos em virtude da sua raça, religião, nacionalidade”. Os critérios económicos estão naturalmente excluídos, pois a ideia é permitir o acolhimento de pessoas por razões humanitárias independentemente do seu valor económico, empresarial ou demográfico. Para os Estados signatários da Convenção, isso implica uma atitude não discriminatória face à nacionalidade, à etnia, à religião, etc., recebendo os refugiados enquanto persistirem as razões do asilo. Se para o Estado que efectuam o acolhimento, individual ou de pequenos grupos — o que era a ideia original subjacente a este regime de protecção internacional —, o problema dos custos não é relevante, já para fluxos de massa este adquire outros contornos. Seja por razões financeiras, de segurança, culturais, de preconceitos, ou outras, constata-se hoje uma resistência significativa de vários Estados — e de parte da população, especialmente no Centro e Leste da Europa —, a receber números de refugiados com alguma dimensão no seu território.
A reunião extraordinária do Conselho da União Europeia de 22/09/2015 mostrou bem as divisões na aprovação de um sistema obrigatório para recolocação de 120.000 refugiados. A decisão enfrentou a oposição frontal da Hungria, República Checa, Roménia e Eslováquia e resistências, em graus variados, de outros Estados-membros. (Ver BBC, 22/09/2015 “Migrant crisis: Opponents furious over new EU quotas”). De forma algo inédita, foram feitas declarações públicas de líderes europeus sugerindo o não acatamento dessa decisão do Conselho: o PM da Eslováquia disse “preferir romper com a medida do que aceitar o diktat da maioria”, numa alusão ao papel da Alemanha nessa imposição. A Europa do ressentimento criada pela crise do Euro, alastra agora com a crise dos refugiados.
2. Em paralelo com estas profundas divisões e antagonismos políticos, várias vozes têm procurado dar uma racionalidade económica e demográfica ao problema dos refugiados. O seu intuito é demonstrar as vantagens económicas desse acolhimento aos europeus renitentes. Vejamos alguns exemplos recentes e os seus argumentos concretos. O vice-governador do BCE, Vítor Constâncio, numa entrevista divulgada pela Reuters, afirmou existir um “problema grave porque durante anos a Europa tem cometido uma espécie de suicídio demográfico colectivo”. Fez também notar que “para alterar a tendência demográfica, promover os nascimentos não é suficiente. Tem de ser feito através da imigração. Se não for, estamos a criar uma grande dificuldade ao crescimento e ao Estado social das futuras gerações”, acrescentou este. (in Diário Económico 16/09/2015).
O mesmo assunto foi objecto de análise pelo economista Luís Aguiar-Conraria. Em entrevista ao semanário Sol, e respondendo à pergunta se o regresso dos jovens que emigraram seria suficiente para a economia crescer mais, afirmou o seguinte: “Não. Mesmo que todos regressem, continuaremos a ter poucos jovens. [...] Temos de ter mais imigração. De um ponto de vista estritamente egoísta, todos estes refugiados a baterem-nos à porta são uma excelente oportunidade. Portugal teria muito mais a ganhar do que a Alemanha com a vinda de alguns milhares de refugiados. Mas não, a Alemanha é que vai aproveitar a oportunidade. É dos casos em que sermos solidários é compatível com sermos egoístas. É uma pena se não aproveitamos” (in Sol, 18/09/2015, pp. 66-67).
Mas as vantagens económicas e demográficas não são apenas focadas por economistas. Numa análise política sobre a questão dos refugiados e das divisões europeias para lidar com o problema, Teresa de Sousa escrevia (“Regressam as fronteiras” in Público 20/09/2015): “ a demografia é uma das maiores ameaças à Europa, se quer continuar a contar no mundo. Combater a fraca natalidade tem dado resultados muito escassos. Integrar imigrantes dará resultados muito mais depressa. É o que pensam os empresários alemães. […] A integração de gente de fora é a melhor saída para o crescimento económico e a sustentabilidade do Estado social. Os serviços públicos podem estar sob imensa pressão, mas os imigrantes (e refugiados) vêm para trabalhar porque querem uma oportunidade na vida, o que significa que vão contribuir para o financiamento do welfare.”