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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Último mês foi o terceiro Janeiro mais quente desde 1931 e choveu 50% acima do normal


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Por Diogo Pombo
publicado em 11 Fev 2014 - 05:00
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Último mês foi o terceiro Janeiro mais quente desde 1931 e choveu 50% acima do normal

Duas tempestades varreram Portugal. Nem todos os especialistas atribuem este par de temporais às alterações climáticas, embora avisem que estes eventos vão já sendo menos extremos e mais vulgares

Hércules e Stephanie. Os dois varreram Portugal com ventos fortes, agitação marítima intensa e chuva a potes. Os estragos e os prejuízos foram-se repetindo e só no domingo a Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC) contou 2780 pedidos de ajuda vindos do litoral norte do Continente. Os especialistas ouvidos pelo i dividiram-se quanto ao papel das alterações climáticas na recente visita de duas tempestades em pouco mais de um mês. No entanto, uma conclusão é unânime: estes fenómenos meteorológicos extremos são e serão cada vez mais frequentes.
A constatação nem é nova e em Portugal até se sabe o que esperar. Durante o Inverno já existem "indicadores" que acautelam para a ocorrência de "precipitações muito intensas e localizadas no tempo e no espaço", diz João Andrade dos Santos. O investigador da Universidade de Trás-os-Montes (UTAD) desenhou o cenário e salientou que, nesta época invernal, "o que tem sido um pouco anómalo é o nível da intensidade do vento e da agitação marítima".
Em Janeiro, a precipitação em Portugal continental esteve "50% acima dos níveis normais" e a média da temperatura mínima registada "foi de 3 graus acima do normal", revelou Pedro Viterbo, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). O clima está a mudar. O especialista da UTAD diz porém que estas situações extremas "não podem ser atribuídas a alterações climáticas", pois isso não se pode concluir "apenas num ou dois Invernos". Este tipo de alterações, defende, "tem de ser sempre analisado num período longo: de duas ou três décadas, ou mais".
Será esse o tempo de espera para se explicar o que causou as tempestades Hércules e Stephanie? Talvez, indicou, embora os investigadores já estejam avisados para a possibilidade de ocorrência mais frequente deste tipo de eventos extremos.
Isto porque os "dados e relatórios" do próprio IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas das Nações Unidas), explicou João Andrade Santos, mostram que "a probabilidade de ocorrência destes eventos extremos será maior no futuro devido ao aquecimento global, à acção humana e aos gases com efeito de estufa".
Filipe Duarte Santos, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, tem outra opinião.

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