Diante da vastidão do tempo e da imensidão do universo, é um imenso prazer para mim dividir um planeta e uma época com você. Carl Sagan
domingo, 31 de janeiro de 2021
Os 7 hábitos de pessoas altamente estúpidas
Fazem (Dunning-Kruger) ainda uma analogia interessante, a que chamam de “anosognosia da vida quotidiana” ao comparar o comportamento destes indivíduos ao dos que têm efetivamente uma deficiência física evidente (como lesões cerebrais) mas desconhecem a existência da mesma. Ou seja, os estúpidos não sabem que o são. Ou não querem acreditar que o são. Um cretino vai ser sempre um cretino pela sua absoluta incapacidade de autoanálise.
Vi um burocrata avançar com os atacadores soltos, transportando uma cadeira e, de sobrolho franzido, colocou-a no meio do escritório em vários sítios até ela ficar na melhor posição. Depois com uma expressão solene e usando as duas mãos ergueu o pé direito e colocou-o em cima da cadeira. Olhou em volta satisfeito com este mero triunfo. De seguida numa manobra estranha apertou o atacador do pé esquerdo que estava assente no chão. Imensamente satisfeito com o resultado, trocou de perna e fez a operação inversa. Ao terminar examinou minuciosamente os seus sapatos, aprovou-se a si próprio e lentamente voltou a colocar a cadeira no sítio.
Que rábula tão perfeita e cheia de sentidos: manobras complicadíssimas para o fim mais simples; estupidez; autossatisfação; insensibilidade à opinião dos outros; repetição dos mesmos erros de sempre.
A estupidez humana é uma ciência e deve ser estudada na sua plenitude, tal como se estudam as outras ciências. Partilha da existência de variáveis complexas dos elementos que a compõem – ditos seres humanos racionais – e de relações de causa-efeito nem sempre óbvias.
Difere no recurso à lógica, no exercício de estudo e no progresso natural. A estupidez humana é a principal barreira, que impede a evolução. Justifica, muitas vezes, precisamente o contrário – o retrocesso.
Não é difícil identificar um estúpido crónico uma vez que este é dotado de traços marcantes que saltam à vista:
- Culpam os outros pelos seus próprios erros;
- Acham sempre que estão certos;
- Reagem a conflitos agressivamente e incitam, mais ou menos diretamente, a violência;
- Ignoram as necessidades e os sentimentos dos outros;
- Pensam que são melhores que toda a gente;
- Complicam o que é simples;
- Concluem demasiado com muito pouca informação, são preconceituosos.
Quando nos deparamos com alguém assim, não é raro questionarmo-nos retoricamente sobre os motivos por detrás de determinadas atitudes ou mesmo sobre a origem de tamanha estupidez. Estará relacionada com o meio onde crescemos e / ou vivemos? Com a educação a que temos acesso? Com os exemplos que temos em casa ou no nosso círculo de influência?
Apesar de continuar a reiterar que nos encontramos no campo da ciência, ainda não foi descoberta a origem da estupidez. Pode estar mais ou menos diretamente relacionada com o QI de determinado indivíduo, mas, aquilo a que frequentemente se assiste é que, quanto mais cultos somos, melhor sabemos defender as nossas burrices. Já dizia o poeta popular algarvio, António Aleixo (que de estúpido não tinha nada), que “Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que, às vezes, fico pensando que a burrice é uma ciência.”
Também é sabido que o argumento da experiência própria não valida a inteligência. Há lugar para muita estupidez na experiência porque, os estúpidos, não são humildes para aprender com a repetição dos atos, nem tão pouco de conseguir evoluir com isso. Estão tão fechados na sua bolha de razão, conhecimento próprio e superioridade, que não cedem lugar ao novo, ao que os outros podem transmitir. Pessoas que falam "por experiência própria, pelo visto ainda não tem experiência suficiente para se calarem.
Para um estúpido, importam questões que para os outros são irrelevantes. É aquele tipo de indivíduo que tem atitudes incompreensíveis, em situações como a descrita abaixo:
Um CEO reúne todos os colaboradores e comunica que, naquele ano, só irão trabalhar durante 4 meses, mas vão receber o ordenado por inteiro relativo aos 14 meses e têm encomendas garantidas nos próximos anos. Como identificar o colaborador estúpido? A maioria aplaude e agradece, mas o estúpido pergunta: “Então e as férias?”
À maioria, soa a uma piada saída de um episódio dos Monty Phyton. Para o próprio, é uma questão válida e até inquietante porque o estúpido, que está afogado no seu próprio ego e só consegue focar em questões que estão diretamente relacionadas consigo. Não é capaz de perceber mais além, de pensar no bem comum.
É o chamado efeito de Dunning – Kruger – um fenómeno que leva indivíduos com pouco conhecimento sobre um determinado tema, a pensar que são especialistas no mesmo. Aqui, é a própria incompetência ou, como se diz na gíria, burrice, que leva a que estes indivíduos sejam incapazes de reconhecer a sua estupidez.
Quando pontualmente confrontados com a falta de competência real para concretizar determinada tarefa, a sua autoconfiança é seriamente afetada e pode resultar no efeito contrário: o de assumir uma noção de inferioridade e incapacidade exagerada. Vitimizam-se.
Fazem (Dunning-Kruger) ainda uma analogia interessante, a que chamam de “anosognosia da vida quotidiana” ao comparar o comportamento destes indivíduos ao dos que têm efetivamente uma deficiência física evidente (como lesões cerebrais) mas desconhecem a existência da mesma. Ou seja, os estúpidos não sabem que o são. Ou não querem acreditar que o são. Um cretino vai ser sempre um cretino pela sua absoluta incapacidade de autoanálise.
Mas afinal, como é possível medir o nível de estupidez de cada um? Há efetivamente testes de QI que são importantes neste contexto, mas, na dúvida, considere as 7 características mencionadas acima e transforme-as em dicas para melhorar o seu nível de inteligência (ou reduzir o nível de estupidez, como preferir):
- Ser responsável – independentemente do seu grau responsabilidade num determinado trabalho ou tarefa, assuma o que corre mal, do mesmo modo que assume o que corre bem. Não há que ter medo de admitir a falha, nem devemos culpar os outros pelos nossos erros. Pelo contrário, encare o erro como uma oportunidade de crescimento e melhoramento. Este tipo de atitude responsável e corajosa é rapidamente reconhecida pelos pares e confere-lhe, acima de tudo, paz, bem-estar e tranquilidade com a sua própria consciência.
- Explorar outras opiniões – uma pessoa inteligente percebe que, certas coisas, podem estar certas ou erradas dependendo da perspetiva com que são encaradas. Isto representa uma mente aberta, ágil e que se consegue adaptar a novas informações.
- Assumir maior autocontrolo emocional – indivíduos que são inteligentes sabem controlar as suas atitudes e moderar as suas opiniões. Quem não o é, tende a ser agressivo quando perde o controlo dos seus argumentos ou sente que os mesmos estão a perder a sua validade. A violência, nestes casos, torna-se a única forma de desviar a atenção da argumentação válida e a única saída para impor um determinado ponto de vista.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2021
Bill Gates: "A próxima pandemia deve ser levada tão a sério como a ameaça de uma guerra"
O filantropo Bill Gates estima que o mundo deve preparar-se desde já para a próxima pandemia, como se se preparasse para uma guerra, o que deve implicar investimentos de dezena de milhares de milhões de dólares por ano.
A opinião de Gates foi expressa em nota de opinião divulgada na quarta-feira.
"Não nos podemos permitir ser apanhados novamente desprevenidos. A ameaça da próxima pandemia pairará sempre por cima das nossas cabeças -- a menos que o mundo tome medidas para a impedir", escreve o multimilionário em uma "carta anual" assinada em conjunto com a esposa, Melinda.
Para evitar problemas similares aos do novo coronavirus, "a preparação para a próxima pandemia deve ser levada tão a sério como a ameaça de uma guerra".
O co-fundador e antigo dirigente da Microsoft realçou que "parar a próxima pandemia vai exigir que se invistam dezenas de milhares de milhões de dólares por ano, mas recorde-se que o custo da pandemia da covid-19 para o mundo inteiro está estimado em 28 mil milhões de dólares" (23 mil milhões de euros).
"O mundo deve gastar milhares de milhões para poupar biliões (e impedir milhões de mortes). Penso que é a melhor e a mais rentável política de seguro que o mundo se pode pagar", escreveu.
Para Gates, que é um dos três homens mais ricos do mundo, segundo a revista Forbes, "a maior parte do investimento deve vir dos países ricos", porque são os que mais têm a ganhar.
Além dos investimentos científicos que devem permitir vencer a pandemia do novo coronavirus e outras futuras (como diagnósticos, vacinas ou tratamentos), Bill Gates apelou também à instalação de um "sistema de alerta global, que ainda não existe em grande escala", para se poderem despistar as epidemias o mais cedo possível.
O multimilionário, que já tinha feito soar o alarme sobre os perigos das pandemias, em particular durante uma célebre conferência TED em 2015, preconiza, por outro lado, a criação de uma força de reação rápida para as doenças infecciosas, "bombeiros da pandemia" que estariam em alerta em permanência para responder a uma potencial crise sanitária.
Na sua opinião, seriam precisos cerca de três mil destes profissionais espalhados pelo mundo.
Bill Gates está muito envolvido na promoção e no financiamento da vacinação, designadamente nos países em vias de desenvolvimento, através da Fundação Bill e Melinda Gates, que, pelas suas contas, já investiu 1,75 mil milhões de dólares na luta contra a presente pandemia.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2021
Covid-19. Surpreendido com teorias da conspiração, Bill Gates diz que devem ser investigadas
Bill Gates admite que ficou surpreendido pela quantidade e o absurdo das teorias de conspiração sobre a pandemia.
O fundador da Microsoft e filantropo está a fazer chegar vacinas gratuitas aos países mais pobres.
A fundação Bill e Melinda Gates, organização fundada há 21 anos, garante ter ajudado reduzir de 10 para cinco milhões por ano o número de mortes provocadas por doenças infecciosas em todo o mundo, mas os países mais pobres devem contar com pelo menos meio ano a oito meses de atraso no acesso às vacinas contra a covid-19.
No último ano, a Fundação Bill e Melinda Gates prometeu mais de mil e 500 milhões de euros de euros para a campanha global de combate à pandemia.
terça-feira, 26 de janeiro de 2021
sábado, 23 de janeiro de 2021
sexta-feira, 22 de janeiro de 2021
quarta-feira, 20 de janeiro de 2021
terça-feira, 19 de janeiro de 2021
Covid-19. OMS alerta que mundo "está à beira de fracasso moral catastrófico"
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou esta segunda-feira que o mundo "está à beira de um fracasso moral catastrófico" se os países ricos não partilharem vacinas contra a covid-19 com os mais pobres.
Tedros Adhanom Ghebreyesus falava na abertura da 148.ª sessão do Conselho Executivo da OMS.
"Tenho de ser franco: o mundo está à beira de um fracasso moral catastrófico, e o preço deste fracasso será pago com vidas e o sustento nos países mais pobres", disse, realçando que apenas 25 doses de vacina contra a covid-19 foram administradas num país pobre.
Em contrapartida, mais de 39 milhões de doses foram dadas em pelo menos 49 países ricos.
Segundo Tedros Adhanom Ghebreyesus, que fez uma longa intervenção, "a promessa" dos países ricos do "acesso equitativo" às vacinas "está em sério risco", com "alguns países e farmacêuticas a priorizarem acordos bilaterais", torneando a rede de distribuição universal Covax, "elevando os preços e tentando saltar para a fila da frente".
"Isto está errado", vincou, sustentando que, "em última análise", este tipo de ações vai "prolongar a pandemia".
"SITUAÇÃO É AGRAVADA PELO FACTO DE A MAIORIA DOS FABRICANTES TER PRIORIZADO A APROVAÇÃO REGULATÓRIA NOS PAÍSES RICOS"
De acordo com o dirigente da OMS, "a situação é agravada pelo facto de a maioria dos fabricantes ter priorizado a aprovação regulatória nos países ricos, onde os lucros são mais altos, em vez de submeter dossiês completos à OMS", o que "pode atrasar as entregas da Covax".
A Organização Mundial da Saúde, promotora da rede Covax, espera iniciar em fevereiro a entrega de vacinas contra a covid-19 aos países mais pobres. Foram reservados dois mil milhões de doses de cinco farmacêuticas, com a opção de mais mil milhões de doses.
Além de um "imperativo moral", a igualdade no acesso à vacina é um "imperativo estratégico e económico", defendeu Tedros Adhanom Ghebreyesus, renovando o apelo a "todos os países" para "trabalharem juntos, em solidariedade".
O diretor-geral da OMS pediu aos países com contratos bilaterais - "e controlo de fornecimento" - que "sejam transparentes nos contratos com a Covax, incluindo volumes, preços e datas de entrega", e que "partilhem as suas doses com a Covax, especialmente depois de terem vacinado os seus profissionais de saúde e os idosos, para que outros países possam fazer o mesmo".
"Não é correto que adultos mais jovens e saudáveis em países ricos sejam vacinados antes de profissionais de saúde e idosos em países mais pobres", acentuou, lembrando os mais vulneráveis à infeção da covid-19.
OMS QUER QUE VACINAÇÃO SEJA UMA REALIDADE EM TODOS OS PAÍSES NO DIA MUNDIAL DA SAÚDE
Às farmacêuticas, Tedros Adhanom Ghebreyesus pediu para que forneçam "dados completos" à OMS, para que possa "acelerar as aprovações" necessárias, e priorizem a rede Covax em vez de novos acordos bilaterais.
O dirigente da OMS quer que a vacinação contra a covid-19 seja uma realidade em todos os países do mundo em 07 de abril, Dia Mundial da Saúde, uma forma de assinalar simbolicamente a "esperança de superar a pandemia e as desigualdades que estão na raiz de tantos desafios globais de saúde". Este ano, a efeméride tem como tema a "desigualdade na saúde".
Tedros Adhanom Ghebreyesus evocou, ainda, "a oportunidade" de se "escrever uma história diferente" e "evitar os erros" das pandemias da sida e da gripe H1N1, em que medicamentos e vacinas, respetivamente, chegaram tarde aos mais pobres.
- Covid-19. Certificado de vacinação "é muito importante" mas deve cumprir proteção de dados
- Covid-19. Reino Unido vacina em média 140 pessoas por minuto
PANDEMIA JÁ FEZ MAIS DE 2 MILHÕES DE MORTES
A pandemia da covid-19 provocou, pelo menos, 2.031.048 mortos resultantes de mais de 94,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência noticiosa francesa AFP.
Em Portugal, morreram 9.028 pessoas dos 556.503 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A covid-19 é uma doença respiratória causada por um novo coronavírus (tipo de vírus) detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.