quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Tragédia no Elevador da Glória em Lisboa



Hoje, 03 de setembro de 2025, ocorreu um grave acidente com o icónico Elevador da Glória, o funicular que liga os Restauradores ao Bairro Alto. O alerta chegou às autoridades às 18h04, e o veículo tombou junto à Avenida da Liberdade. 


Infelizmente, 16 pessoas perderam a vida e cerca de 18 pessoas ficaram feridas, algumas gravemente, e várias precisaram de ser resgatadas da estrutura encalhada do ascensor.  A maioria das vítimas são turistas de passagem pela nossa capital.

No local, uma mobilização intensa: mais de 30 bombeiros, ambulâncias, agentes da PSP e equipas da Proteção Civil atuaram com urgência para socorrer as vítimas. 

Este monumento, inaugurado em 1885, tornou-se símbolo da cidade, preservado como Património Nacional. Hoje, Lisboa chora esta perda e exige resposta rápida, investigação aprofundada e compromisso renovado com a segurança de nossa memória coletiva. 











Razões para a ocorrência da tragédia.


O Elevador da Glória nasceu em 24 de outubro de 1885, ligando a Praça dos Restauradores ao Jardim de São Pedro de Alcântara. Foi o segundo ascensor de Lisboa, depois do do Lavra, e depressa se tornou um ícone da cidade. Concebido por Raoul Mesnier du Ponsard, engenheiro luso-francês que deixou marca em vários sistemas de transporte lisboetas, começou por funcionar à base de contrapesos de água, num tempo em que a energia elétrica ainda não tinha presença forte.

Em 1915 foi eletrificado, modernizando-se sem perder a função original, vencer de forma rápida e engenhosa a íngreme Calçada da Glória, uma das encostas mais movimentadas da capital. Ao longo das décadas, serviu diariamente trabalhadores e estudantes que viviam no Bairro Alto e no Príncipe Real, sendo também procurado por artistas e boémios que frequentavam cafés e casas de fado da zona.

A viagem tem apenas cerca de 265 metros, mas a inclinação média ultrapassa os 18%, o que lhe garante estatuto de desafio técnico e patrimonial. Foi classificado como Monumento Nacional em 2002, e as suas duas carruagens gémeas, pintadas de amarelo, ganharam vida própria, alvo constante de graffiti, e tornaram-se parte da tela urbana, fazendo parte do imaginário lisboeta tanto quanto os elétricos da cidade.

Agora é símbolo de luto também.







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